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Capital

Com horas contadas para sair, solteiros adiam o fim da favela

Waldemar Gonçalves e Guilherme Henri | 15/04/2016 08:54
Silvio, desempregado e solteiro, diz não ter para onde ir; prazo para deixar favela termina hoje (Foto: Marcos Ermínio)
Silvio, desempregado e solteiro, diz não ter para onde ir; prazo para deixar favela termina hoje (Foto: Marcos Ermínio)

Cinco solteirões sem saber para onde ir. A frase pode parecer de filme pastelão americano, mas retrata o cenário no fim da remoção de quase 400 famílias da favela Cidade de Deus, nas imediações do lixão de Campo Grande.

A remoção começou no início de março. Parte das famílias foi para uma área no Vespasiano Martins, bairro nas redondezas, outro grupo para o loteamento Bom Retiro, região da Vila Nasser, e também teve gente removida para o Dom Antonio Barbosa, outro bairro próximo ao lixão.

Para estas famílias, a Prefeitura iniciou um processo de cessão de área e mutirão para construir casas. Nem tudo está conforme o prometido, mas alguma coisa já começou a ser feita e os antes moradores da favela, inicialmente resistentes, consideram a mudança positiva.

No entanto, aos solteiros da comunidade não houve alternativa. É sair ou sair.

“Estou desesperado. Não tenho para onde ir. Muita gente conseguiu terreno, casa, mas eu não, mesmo tendo entregue todos os documentos”, diz Sílvio Aparecido de Souza, de 27 anos. Desempregado, ele diz que nem sai de seu barraco com medo de ser desalojado.

A informação de um funcionário da Prefeitura de Campo Grande, no local, é de que os últimos moradores da favela já foram notificados três vezes sobre a necessidade de deixar a área. O último dos prazos é para a saída nesta sexta-feira (15).

Diante do impasse, equipe da Guarda Civil Municipal acompanha a situação na área. Por enquanto, não há reforço policial ou previsão de remoção forçada.

“Se me dessem um prazo maior, conseguiria sair. Estou tentando ajeitar alguma coisa com meus colegas, mas para agora não tem jeito”, lamenta outro solteiro da favela, o gari Jorge do Prado, de 27 anos. Segundo ele, chegou-se a propor que os solteiros dividissem um terreno, mas não houve acordo neste sentido.

Onde antes viviam cerca de 400 famílias, agora restam apenas resquícios de barracos (Foto: Marcos Ermínio)
Onde antes viviam cerca de 400 famílias, agora restam apenas resquícios de barracos (Foto: Marcos Ermínio)
Famílias da Cidade de Deus foram removidas para outras áreas; aos solteiros, sobrou opção de ir embora (Foto: Marcos Ermínio)
Famílias da Cidade de Deus foram removidas para outras áreas; aos solteiros, sobrou opção de ir embora (Foto: Marcos Ermínio)
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