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Capital

Com irmã desmaiada, jovem aciona Samu mas não recebe atendimento

Natalia Yahn | 09/02/2016 11:11
Cláudia do Nascimento mostra o equipamento que ajudou a monitorar a pressão da irmã, que passou mal e não recebeu ajuda do Samu. (Foto: Allan Nantes)
Cláudia do Nascimento mostra o equipamento que ajudou a monitorar a pressão da irmã, que passou mal e não recebeu ajuda do Samu. (Foto: Allan Nantes)

A assistente social Cláudia do Nascimento, 28 anos, denuncia descaso e falta de atendimento do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), que teria se recusado a enviar uma ambulância para socorrer a irmã dela na madrugada de hoje (9), em Campo Grande.

“Minha irmã tem depressão e passou mal após receber a notícia do falecimento de um tio nosso. Ela desmaiou várias vezes. Ligamos para o Samu pedindo a ambulância, mas devem ter se recusado a nos atender por pensarem ser um trote. Eu estava desesperada, foi horrível. Não nos deram nenhuma orientação”, relata Cláudia.

Ela explica que a irmã, Elaine do Nascimento, 23 anos, teve desmaios constantes e ficou inconsciente por algum tempo. “No período que durava o desmaio eu tentava trazer ela de volta com álcool e sal. Também aferi a pressão e tinha horas que não aparecia nada e em outras registrava 7 por 5. Eu achei que ela fosse morrer. E em nenhum momento recebi ajuda, nem por telefone”, disse.

Elaine passou mal por volta das 2h30 e só deu entrada na UPA (Unidade de Pronto Antedimento) do Bairro Universitário, às 4 horas. Ele ficou em observação no local até às 8 horas, quando recebeu alta. A irmã de Cláudia vive em Paranhos, a 390 quilômetros da Capital, e esta na cidade para tratamento de saúde. Ela não falou com a reportagem pois ainda se recuperava do ocorrido. “Deram um calmante, uma vitamina e um anti-inflamatório, que eu não entendi o motivo. Eles não deram muitas explicações e liberaram ela. Acredito que foi uma crise mesmo por conta da depressão”, disse Cláudia.

O vizinho da assistente social foi quem prestou socorro e ajudou a levar Elaine até a UPA. “Eu ouvi chamarem e ajudei. A menina estava muito mal”, disse Aparecido Farias, 47 anos. Cláudia mora na Rua Hizabelino de Novaes, no Jardim Nashiville, que fica a apenas 1,5 quilômetros da UPA. "Eu já precisei do Samu anos atrás, uma vez que meu pai passou mal. Eles me atenderam direito, orientaram. E desta vez parecia que a pessoa não era de lá, não tinha conhecimento para orientar. A voz era de alguém calmo, mas não ajudou em nada", disse.

Outro lado - O coordenador do Samu, Luiz Antonio Moreira da Costa, informou que a ambulância não foi enviada porque a família teria se negado a dar informações sobre o estado de saúde da paciente. “O registro que temos é que o solicitante foi pouco colaborativo e não queria dar informações. A Central de Regulação não é ponto de táxi. O médico regulador atende a pessoa e verifica se é caso ou não de ambulância e qual tipo, se avançada ou básica”.

O Samu tem 10 equipes permanentes em atuação na Capital, 7 de suporte básico e 3 avançado. Também há uma ambulância disponível para atendimento de acidentes nas rodovias, que opera por convênio com a PRF (Polícia Rodoviária Federal). “Por conta do carnaval montamos uma viatura, com veículo reserva, para atender os locais onde estão acontecendo desfiles. Já esteve na esplanada ferroviária, mas ontem (8) e hoje (9) vai ficar na Praça do Papa”, afirmou Costa.

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