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Capital

Com medo de assaltos, comerciantes adotam 'jeitinho' para se proteger

Julia Kaifanny | 23/08/2016 13:34
Davi investiu mais de dois mil reais em segurança após o ultimo arrombamento. (Foto: Fernando Antunes)
Davi investiu mais de dois mil reais em segurança após o ultimo arrombamento. (Foto: Fernando Antunes)

Só atender quem conhece, dormir no estabelecimento e deixar apenas o “dinheiro do assaltante” em caixa, são algumas das medidas adotas por comerciantes do bairro Monte Castelo, para tentar diminuir o número de assaltos. 

Na avenida que leva o mesmo nome do bairro, da maioria dos comércios apenas um pet shop nunca foi roubado. Mas, por causa da insegurança, após um fim de semana de arrastão o dono do local acabou investindo em portões reforçados e cerca elétrica.

Funcionária do pet shop há dois anos, Adriana Leal conta que a proprietária tem como medida de segurança deixar pouco dinheiro em caixa, e fechar planos mensais para que o dinheiro seja transferido todo de uma só vez.

No pet shop o portão foi reforçado. (Foto: Fernando Antunes)
No pet shop o portão foi reforçado. (Foto: Fernando Antunes)

Mais a frente a cabeleireira Nely Dias, proprietária de um salão de beleza, conta que passou a atender apenas conhecidos depois que um assaltante se passou por cliente e apontou uma arma para uma das funcionárias, em plena a luz do dia.

“Ele chegou como se fosse cliente e quando a funcionária foi atender, sacou a arma. Desde então só atendo com hora marcada e se for desconhecido eu dispenso. Assaltante não tem cara, pode ser qualquer um, a qualquer hora, depois que você passa por uma situação assim fica a insegurança”, desabafa.

Nely também tem como tática realizar depósitos diários e deixar no salão apenas o dinheiro do troco e do assaltante. “Pode parecer estranho, mas a gente deixa uma quantia reservada para isso, porque se chega aqui não tem nada eles vem logo te agredir”, teme.

Magali passou o dormir no mercado para evitar os assaltos. (Foto: Fernando Antunes)
Magali passou o dormir no mercado para evitar os assaltos. (Foto: Fernando Antunes)

Outro local cheio de histórias é o mercado da comerciante Magali Regina de Souza, dos 41 anos de idade 18 foram dedicados ao estabelecimento da família, desde então foram dois furtos e três assaltos. Em um deles, o pai foi parar no hospital após levar um tiro em cada mão tentando evitar a ação dos bandidos.

Magali conta que há alguns meses, após um assalto, passou a morar no local. “Mesmo morando no condomínio aqui do lado, o mercado se tornou minha casa, durmo em um colchão no chão e até banho tomo aqui, eu que faço a segurança, porque o policiamento é fraco”, completa.

A reclamação sobre o policiamento também é feita pelo proprietário da casa de rações ao lado do mercado. Davi Santeiro começou o negócio há seis anos e foi arrombado duas vezes durante a noite dois anos atrás. “Depois do segundo furto eu resolvi investir em segurança mesmo, reforçamos portão, colocamos câmeras de segurança e cerca elétrica, tudo ficou mais de 2 mil reais, mas acredito que vale a pena investir” finaliza Santeiro.

De acordo com a Sejusp (Secretaria do Estado de Justiça e Segurança Pública), de janeiro até agora, foram registrados 4.654 crimes de roubos, somente na Capital. Em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram 4.159 casos, teve aumento de 16%.

Somente neste mês, já foram contabilizados 465 crimes dessa natureza. Durante todo o ano passado, foram 6.654 roubos registrados em delegacias.

Mesmo com o investimento em segurança, o número de assaltos na Capital aumentou 16%. (Foto: Fernando Antunes)
Mesmo com o investimento em segurança, o número de assaltos na Capital aumentou 16%. (Foto: Fernando Antunes)
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