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Capital

Com o frio, moradores de rua passam a dormir até em agencia bancária

Luana Rodrigues | 01/07/2015 11:08
Homem dorme em canto da agência bancária (Foto: Marcos Ermínio)
Homem dorme em canto da agência bancária (Foto: Marcos Ermínio)

Levantamento do Conselho Comunitário de Segurança da Região Central entre 2011 e 2014, mostra que o número de moradores de rua, na área central, cresceu 116% no período, e hoje chega a aproximadamente 1.300. Desamparados, muitos deles acabam dormindo em calçadas, bancos de praças, banheiros públicos e agora, com a chegada do inverno, o interior de agências bancárias.

Clientes dividem espaço da agência do HSBC, na Avenida Afonso Pena, com mendigos que dormem em um canto."Todos os dias eles dormem no banco, antes era aqui na varanda, mas como eu sempre acionava o alarme muito cedo, eles mudaram para lá", contou a auxiliar de serviços gerais de 63 anos, que faz a limpeza de um estabelecimento ao lado do banco, e preferiu não se identificar.

Por telefone, o Campo Grande News tentou entrar em contato com a gerência da agência bancária para saber se existe alguma medida prevista com relação ao que está ocorrendo, mas ninguém atendeu as ligações.

Um cliente, que saia da agência, se mostrou preocupado. "A gente vem tirar dinheiro, não sabe se eles são tranquilos, se realmente estão dormindo ou podem tentar algo, dá um pouco de medo sim", disse.

Já outra cliente afirma que não se incomoda, pois "se eles tivessem melhor assistência do poder público, não estariam nessa situação".

Conforme a Prefeitura, os moradores de rua são atendidos pelo Centro POP (Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua). Nos casos de migrantes de outros municípios ou estados, à procura de empregos sazonais, o atendimento é feito pelo Cetremi (Centro de Triagem e Encaminhamento do Migrante), que atende à população de rua, em trânsito e migrantes em situação de vulnerabilidade social.

No Cetremi a média de atendimentos é de 80 pessoas por dia. No Centro POP, a capacidade diária é de 80 pessoas, neste local os atendidos não dormem.

O Cetremi proporciona atendimento integral aos migrantes, tais como alojamento, alimentação e higienização. Para os que querem permanecer na cidade e busca a inserção no mercado de trabalho, é feito o encaminhamento à rede de assistência social e de saúde. Quando necessário, há o fornecimento de passagens à cidade de origem/destino.

Na tarde desta quarta-feira (1), será realizada uma reunião entre o Ministério Público Estadual, Conselho Comunitário de Segurança da Região Central e outras entidades, para definir ações para assistência dos moradores de rua. O primeiro ato da ação será na segunda-feira (7), na região da Vila Carlota. Os detalhes serão definidos durante a reunião de hoje.

Homem dorme em canto da agência bancária (Foto: Marcos Ermínio)
Homem dorme em canto da agência bancária (Foto: Marcos Ermínio)
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