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Capital

Com renda de R$ 800, ela ainda corre atrás para ajudar pessoas carentes

Mariana Lopes | 09/03/2014 09:05
Dia percorre as ruas do bairro à pé com os três filhos (Foto: Cleber Gellio)
Dia percorre as ruas do bairro à pé com os três filhos (Foto: Cleber Gellio)

Aos 28 anos, Diana Peres Romã é daquelas mulheres guerreiras que não se encontra em qualquer esquina e merece destaque neste 8 de Março. Mas a luta desta jovem não é para si, e sim para os outros. Ela mora no bairro Dom Antônio Barbosa, perto do Lixão de Campo Grande e bem próximo à favela Cidade de Deus. Dona de casa e mãe de três filhos, o ofício diário dela é cadastrar as famílias da região que precisam de ajuda.

Mesmo com uma renda mensal de aproximadamente R$ 800, que é o salário do marido, ela olha por aqueles que enfrentam uma situação mais difícil do que a dela. E garante que faz pelo simples prazer de ajudar o próximo. "Nunca recebi um centavo por isso e nem quero, faço porque gosto", afirma Diana.

Por causa das boas ações, Diana é bastante conhecida na região. Praticamente todos os dias ela percorre as ruas do bairro, geralmente na companhia dos filhos, para fazer o cadastro das famílias. Primeiro ela anota tudo em um papel e depois, assim que chega em casa, passa tudo para o notebook. Todos os cadastros são separados e organizados em pastas de acordo com as necessidades das pessoas.

Diana guarda os cadastros em pastas muito bem organizadas (Foto: Cleber Gellio)
Diana guarda os cadastros em pastas muito bem organizadas (Foto: Cleber Gellio)

A casa dela serve como ponto de apoio para vários grupos solidários que estão espalhados pela Capital. Todo 1º domingo do mês, por exemplo, com a ajuda de um grupo espírita, ela serve almoço às pessoas carentes no quintal da casa dela. E todo terceiro sábado, ela distribui as cestas básicas que consegue arrecadar.

E é no mesmo pequeno quintal de terra que ela distribui roupas às famílias. “Vou juntando as doações até conseguir uma quantidade legal, daí coloco as peças em umas mesas, aviso que vai ter doação e as pessoas aparecem aqui. Cada um pode pegar o que quiser, não imponho regras, cada um sabe do que precisa”, explica Diana.

Mas a dedicação à “corrente do bem” não para por aí. Todas as quartas e sextas-feiras, ela serve lanche para a garotada que joga bola no bairro e aproveita para debater assuntos do cotidiano com os meninos. “É uma forma de orientá-los um pouco, passar uma palavra boa a eles”, comenta a mulher. Aos sábados e domingos, Diana ainda dá aula de evangelização a mais ou menos 32 crianças.

Muitas das doações que ela consegue são através de campanhas que realiza pelo Facebook. A rede social também serve para divulgar as entregas das roupas e dos mantimentos. “É uma forma que eu tenho de provar que tudo o que é entregue para mim é repassado às pessoas que precisam. Só fico com algo para mim quando a pessoa chega e diz: este é seu”, declara.

Roupas para doações (Foto: Cleber Gellio)
Roupas para doações (Foto: Cleber Gellio)

Através de apelos, ela consegue até cama para quem necessita. E para saber da realidade de cada família, ela vai à casa das pessoas. No cadastro dela há um grupo, por exemplo, só de mães, com quantidade de filhos, divididos por sexo e idade, além do telefone de cada mulher.

No ano passado, Diana e o marido conseguiram juntar dinheiro para comprar um terreno, no Dom Antônio mesmo. O sonho dela é conseguir sair do aluguel, que hoje custa R$ 150, e também ter um quintal maior para montar o espaço de armazenamento das doações.

Diana acredita em um mundo melhor e em pessoas melhores. “Eu tento também levar amor aos outros, pois penso que desta forma vou deixar um mundo melhor para os meus filhos”, conclui a Diana.

Quem quiser fazer parte desta corrente do bem e ajudar Diana com as doações pode entrar em contato pelo telefone 9224-2208.

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