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Capital

Com retroescavadeira, homens tentam invadir terreno já ocupado

Eles se passaram por funcionários da Prefeitura. Polícia precisou ser acionada

Gabriel Neris e Viviane Oliveira | 24/01/2013 16:39
Área localizada no bairro Nossa Senhora Aparecida foi invadida hoje pela manhã (Foto: Luciano Muta)
Área localizada no bairro Nossa Senhora Aparecida foi invadida hoje pela manhã (Foto: Luciano Muta)

Quatro pessoas se passando por funcionários da Prefeitura tentaram invadir os terrenos localizados no bairro Nossa Senhora Aparecida, na região norte de Campo Grande, na manhã desta quinta-feira (24). Com a ajuda de retroescavadeira e um caminhão, eles arrebentaram a cerca de uma casa e a Polícia teve que ser acionada.

Os moradores contam que a situação é corriqueira e que alguns deles aparecem armados para intimidá-los. A confusão aconteceu na rua Monterlei. No local, são cerca de 300 famílias morando em 270 terrenos repartidos em 12x30 metros.

Para evitar que a invasão continuasse, os moradores colocaram um veículo na frente da retroescavadeira até a chegada da Cigcoe (Companhia Independente de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais). Ninguém foi preso. Os policiais apenas orientaram os envolvidos, já que o caso está sendo tratado na justiça, segundo informou a Polícia.

Os moradores dizem que o terreno não é particular e sim comodato da Prefeitura. Robson Henrique de Almeida, de 34 anos, mora com a esposa e a filha recém-nascida há oito meses. Ele conta que todos moravam na região quando uma pessoa chamou outra até a área ficar povoada.

O rapaz afirma que o terreno ficou abandonado há 30 anos e foi tomado pelo matagal durante este período até se tornar uma espécie de lixão. “O terreno está no nome de uma pessoa só e o processo corre na justiça”, conta. “Todo dia uma pessoa aparece dizendo que é o dono”, completa, alegando sofrer ameaças todos os dias.

Outro morador identificado apenas como Fábio disse que as pessoas no local são humildes e contam com inscrição na Emha (Agência Municipal de Habitação) e Agehab (Secretaria de Estado de Habitação e das Cidades). “A única coisa que nós queremos é regularizar os terrenos”, comentou.

O pedreiro Adão Correia da Silva diz que mora há nove meses no local com a família (Foto: Luciano Muta)
O pedreiro Adão Correia da Silva diz que mora há nove meses no local com a família (Foto: Luciano Muta)

Adão Correia Silva, de 48 anos, é pedreiro e também mora no local há pelo menos nove meses com a esposa e duas filhas. O trabalhador conta que não quer confusão e já tentou fazer o cadastro do terreno na Prefeitura. “Não importa a gente pagar a mensalidade, mas nossas casas já estão construídas e queremos ficar aqui”, diz.

A assessoria de comunicação da Prefeitura informou que não houve ordem de retirada dos moradores do local, mas não confirmou até a publicação desta matéria que os terrenos são áreas públicas.

Ontem (23), o prefeito Alcides Bernal (PP) se reuniu com representantes da Polícia Civil, da Guarda Municipal, da Procuradoria Geral do Município e com o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano, Odimar Luis Marcom, para discutir as invasões nas áreas públicas do município. Quatro áreas estão ocupadas na cidade, entre elas uma na frente do lixão, que a Prefeitura já tem ordem de despejo.

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