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Capital

Com simuladores, custo para tirar CNH sobe até R$ 300 na Capital

Fernanda Yafusso | 10/02/2016 18:16
Davi acredita que as aulas no simulador de direção foram benéficas (Foto Alan Nantes)
Davi acredita que as aulas no simulador de direção foram benéficas (Foto Alan Nantes)

Tirar uma CNH categoria B em Campo Grande está até R$ 300 mais caro desde o começo deste ano. Isto porque empresas estão repassando aos alunos o custo das aulas nos simuladores, que agora são obrigatórias no processo para obtenção do documento.

Na tentativa de conter eventuais altas nos preços por conta dos simuladores, foi organizado um acordo de comodato entre o sindicato do setor e as empresas. No total, para Mato Grosso do Sul foram alugados 74 equipamentos, que atendem um total de 220 auto escolas – 10 aparelhos estão na Capital, onde há 46 empresas, e outros 30 encomendados para atender a demanda.

Segundo o SINDCFC/MS (Sindicato dos Centros de Formação de Condutores de Mato Grosso do Sul), cada empresa paga R$ 58 por hora de aula no simulador. Pelas novas regras, cada aluno tem de fazer ao menos cinco aulas no aparelho, ou seja, um custo de pelo menos R$ 290.

Em contato com auto escolas, se passando por clientes, a reportagem verificou que algumas delas repassam o custo integralmente. Em outras, o valor está embutido no preço final para tirar a CNH categoria B.

Segundo o presidente do SINDCFC/MS, Wagner Prado, as auto escolas são livres para definirem seus preços, desde que esteja dentro das regras do setor. "O sindicato não tem como tabelar um valor para os CFCs. O mínimo de aulas para começar as parte prática é 25. O que não pode acontecer é cobrarem um mínimo de 20 aulas, por exemplo", explica.

"Os alunos são encaminhados até o sindicato para que façam as aulas nos simuladores. Essa ação foi feita com o intuito de oferecer uma oportunidade aos centros de formação de condutores do Estado se adequarem às regras exigidas pelo Contran (Conselho Nacional de Trânsito) sem que houvesse aumento no preço das habilitações", detalha o dirigente do sindicato. Se a opção for comprar, cada simulador sai em torno de R$ 40 mil para as empresas, custo que foi um dos entraves para a implantação da exigência em todo o Brasil.

A estudante de zootecnia Barbara Brixner, 18 anos, já identificou a diferença de R$ 300 no valor total da CNH. "Tive que desembolsar R$ 1.800 incluindo as aulas com o simulador. E se não houver reprovação, ficará mais caro. Ainda estou fazendo a parte teórica e, em abril, acredito que já estarei fazendo as aulas práticas no simulador", detalha.

O uso de simuladores de direção para quem deseja obter a CNH categoria B, se tornou obrigatório no fim de 2015, passando a vigorar, efetivamente, em 2016. De acordo com a resolução nº 543/2015 do Contran, os alunos que iniciaram o processo para a obtenção da primeira habilitação este ano precisam fazer 5 aulas práticas nos simuladores, do total de 25 que são obrigatórias na formação.

Simuladores - Para a diretora de Ensino do SINDCFC/MS, Daliane Genova, o uso dos simuladores possibilita aos alunos vivenciarem situações que nas aulas práticas não são possíveis. No fim de cada aula, é gerado um relatório e enviado ao Detran.

"As aulas são realizadas com graus de dificuldade e por etapas. Temos por exemplo as aulas de alcoolemia, onde é programada uma aula virtual como se o motorista tivesse ingerido bebida alcoólica. Assim ele pode aprender quais os riscos de se dirigir embriagado", explica.

Para o técnico em informática Davi Romeu, 21, que está adicionando a categoria B à CNH, foi benéfico ter as aulas nos simuladores. "Eu já tinha uma noção de direção, mas eu gostei muito pois as aulas são bem claras e precisas. Temos uma noção real do que acontece em diversos ambientes" comenta.

Os simuladores em funcionamento na capital trabalham no sistema de agendamento online dos seus alunos nos três períodos: manhã, tarde e noite. As máquinas estão na sede do sindicato na rua 26 de agosto, e todos os instrutores que vão monitorar os alunos nas máquinas já foram treinados, segundo a entidade.

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