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Capital

Com tiro na sexta e droga no sábado, festas viram tormento no Carandá

Ângela Kempfer | 02/02/2014 15:52
Sacos com parte do lixo recolhido depois da festa.
Sacos com parte do lixo recolhido depois da festa.

Por muito tempo, um lugar chamado Chácara Carandá atormentou moradores do bairro Carandá Bosque. As festas por lá diminuíram, mas agora a moda de alugar imóveis residenciais para esse tipo de evento tira o sossego de outra região, no mesmo bairro.

Na madrugada de ontem, moradores da rua Peixe Vivo dizem ter acordado por volta das 4h com barulho de tiros. “Isso quem dormiu. Eu, por exemplo, não preguei o olho até às 5 horas da manhã, porque o som do funk era alto demais”, conta uma das vizinhas, que pediu para não ter o nome divulgado. “Não sei quem organiza, mas é gente estranha. Tenho medo de que façam algo contra a gente”, justifica.

Não há registro na Polícia Civil de ferimento provocado por tiro no bairro Carandá, mas uma das moradoras lembra que a suposta vitima não foi atendida pelo Samu ou pelos bombeiros. “O socorro não conseguiu passar, porque a rua estava fechada por carros. Acho que alguém da festa mesmo socorreu o rapaz. Imagens de câmeras de segurança mostram o barulho do tiro e muita gente saindo de lá na hora”, argumenta.

A conversa no bairro é que um outro jovem também saiu da casa ferido, com a mão sangrando muito, fugindo de outro grupo armado com garrafas quebradas. “Ele chegou a pedir ajuda em uma casa, para fugir”, diz outro morador

A “bagunça”, como os vizinhos classificam, começou por volta das 21h, com pouca gente. A versão é confirmada por 4 pessoas, de famílias diferentes. “Quando a gente viu, ganhou proporções absurdas. Eram umas 200 pessoas. Foi tanta bebida que meu marido recolheu dois sacos de lixo de garrafas de vodka e energético só na frente de casa”, relato outra moradora da região.

A rua é estreita, o que complicou ainda mais a noite para quem vive ali, comenta. “Não tinha como passar com o carro, tamanho era o tumulto. Tinha muita gente andando pela rua também, bêbada”.

Depois da madrugada tumultuada, na noite de ontem os vizinhos se precaveram. Antes da festa ficar animada, ligaram para a Polícia Militar reclamando. A PM foi até o local e encontrou uma pequena porção de maconha, o suficiente para acabar com a balada.

Segundo Boletim de Ocorrência, 3 pessoas foram detidas, o responsável pela festa de sábado,  jovem de 21 anos, uma mulher com a mesma idade e um adolescente. Os três foram liberados depois do registro da ocorrência e vão responder por portar drogas para consumo pessoal

O organizador apresentou aos policiais um contrato de locação do imóvel e disse que é normal utilizar a casa para esse fim. As baladas costumam durar 8 horas, com entrada a R$ 15,00.

Apesar da PM frustrar os planos de sábado, neste domingo, novamente, a casa voltou a ser ocupada. “Desde cedo estão com a música altíssima aqui. Dizem que é festa de criança, mas a gente sente cheiro de maconha. As pessoas têm de perceber que aqui, em uma rua residencial, não dá para fazer esse tipo de bagunça”, protesta uma das moradoras.

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