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Capital

Com tom político, produtores cobram solução para demarcações em MS

Kleber Clajus | 07/02/2014 19:25
Produtores criticam PT por favorecer invasões e defendem que terras sejam tituladas à indígenas (Foto: Cleber Gellio)
Produtores criticam PT por favorecer invasões e defendem que terras sejam tituladas à indígenas (Foto: Cleber Gellio)

O lançamento do “Movimento Nacional de Retomada do Brasil” na Praça do Rádio Clube, nesta sexta-feira (7), em Campo Grande também foi pautado por críticas a presidente Dilma Rousseff e ao Partido dos Trabalhadores, a quem os produtores atribuem o incentivo as ocupações das terras em Mato Grosso do Sul. Eles também defenderam que, quando demarcadas, as terras sejam tituladas aos indígenas e não a União.

Para o produtor Pedro Pedrossian Filho, organizador do movimento nas redes sociais, uma simples “canetada” da presidente poderia resolver o impasse entre indígenas e produtores rurais.

“Dilma não tem esse interesse. Era só ela proibir os índios de invadir com um decreto presidencial e depois titular”, pontua o filho do ex-governador do Estado, Pedro Pedrossian, que teve a propriedade de mil hectares, em Miranda, invadida em 2009.

A professora de filosofia Ana Nogueira também veio de Miranda e acredita que a titulação de terras para a União favorece a possibilidade de não se indenizar o produtor rural. Para ela, a bancada federal do Estado também precisa ter “coragem de decidir de que lado estão”.

“Não há vontade política do PT em diminuir o conflito, ao contrário, eles querem a invasão, pois uma vez que a terra é invadida eles falam que é indígena e portanto passa a ser da União. O PT incita a invasão para evitar ter que pagar indenização”, diz Ana Nogueira.

Marcio Margato, que possui propriedade de 580 hectares em Iguatemi, também acredita que condições para negociar houveram “de sobra”. O que faltou, no entanto, foi fazer uso delas.

“O produtor quer ser dono do que já é dele. Nosso adversário hoje é a Funai (Fundação Nacional do Índio) e vamos [nas eleições] também contra o PT (Partido dos Trabalhadores)”, ressalta Margato, que na região em que vive sabe de uma propriedade invadida.

Não representa - Enquanto os produtores listavam suas reivindicações, estudantes de Ciências Sociais da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) investiram contra o grupo com palavras de ordem, chamando-os de “fascistas”, “assassinos” e de que “onde o gado come, o índio passa fome”.

Em resposta a provocação, o indígena Abrão Motelo, 65 anos, se dirigiu aos jovens dizendo que estes “não tem qualidade para representá-lo”. Os estudantes reagiram e o chamaram de “vendido”. Motelo, no entanto, aproveitou a oportunidade para apontar dificuldades em sua aldeia, a Passarinho, onde mais de 1100 índios dividem um espaço de 119 hectares. Por conta da terra ser da União, o indígena disse que não consegue financiamento para aumentar a lavoura de limões e mandioca comercializados no Mercadão, em Campo Grande.

Movimento – O “Movimento Nacional de Retomada do Brasil” pretende oferecer ao homem do campo informações sobre como proceder em casos de invasão de propriedade, por exemplo.

“O objetivo desse encontro é fazer a união dos produtores rurais e, principalmente, começar a desmestificar o que a Funai construiu de que nós somos agrobandidos, matamos gente, roubamos índios, mostrar a cara do produtor rural de verdade”, ressalta Pedro Pedrossian.

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