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Capital

Com tudo certo, turma de universidade à distância é impedida de colar grau

Elverson Cardozo e Viviane Oliveira | 29/02/2012 23:10

Formandos afirmam que no sistema da universidade maioria da turma – que concluiu o curso em agosto do ano passado - está sem nota ou com pendências em disciplinas

Turma foi formada há 3 anos e terminou o curso em agosto do ano passado. (Foto: Ana Paula Carvalho)
Turma foi formada há 3 anos e terminou o curso em agosto do ano passado. (Foto: Ana Paula Carvalho)

Quase uma turma inteira de formandos do curso de pedagogia à distância oferecido pela Ulbra (Universidade Luterana do Brasil), com pólo em Campo Grande, recebeu a informação de que apenas cinco acadêmicos poderiam colar grau. O comunicado – feito pelos próprios colegas - foi realizado a menos de duas horas do início da solenidade que aconteceu na noite desta terça-feira (28).

Em entrevista ao Campo Grande News, os formandos afirmaram que não puderam participar da cerimônia porque no sistema da universidade consta pendência em diversas matérias e inexistência de algumas notas.

A turma, que formou em agosto do ano passado, relata que tudo foi feito como orientado e que a grande maioria realizou todas as provas propostas durante o curso. Mesmo assim, não há aprovação comprovada.

Os acadêmicos relatam que procuraram a direção da Egea (Escola Global de Educação Avançada), que representa a universidade no Mato Grosso do Sul, mas foram informados de que o problema teria de ser resolvido diretamente com a universidade, que fica em Canoas, no Rio Grande do Sul.

“O pólo se isenta de qualquer culpa e pede para os alunos tratar direto com os advogados da Egea”, disse a formanda Geise Vieira, de 26 anos.

Quando questionados sobre a inexistência de notas e pendências de matérias, a direção da Ulbra, segundo os acadêmicos, relata que as provas foram clonadas ou que um funcionário demitido teria dado fim nos arquivos, já que todos os testes eram realizados via internet.

Sem diploma ou qualquer documento que comprove a conclusão do curso, alguns acadêmicos que já trabalham na área correm o risco de perder os empregos. Outros estão impedidos de trabalhar, como é o caso de Cléia dos Santos, que necessita de algum do documento que comprove a formação para que possa dar início à carreira.

“Têm recreadoras que já estão trabalhando na área e vão perder o emprego”, disse.

Diante da situação, os formandos pretendem entrar com ação junto à defensoria pública nesta quinta-feira (1). A turma tinha cerca de 30 alunos e foi formada há 3 anos. Os encontros presenciais eram realizados uma vez por semana. O valor da mensalidade era de R$ 233,00.

“Ontem achei uma humilhação porque estava todo mundo convidado para a colação”, desabafou a acadêmica Geise Vieira.

Falta de dinheiro – Em junho do ano passado a Egea anunciou que fecharia as portas por falta de repasse da universidade ao pólo de Mato Grosso do Sul.

Na ocasião, acadêmicos chegaram para assistir aulas e encontraram apenas uma placa de “Boas Férias”. Na época, em comunicado, a Escola Global, informou que a Ulbra insistia “em descumprir contratos celebrados”.

O Campo Grande News procurou o pólo da universidade em Campo Grande, mas não conseguiu contato.

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