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Capital

Comandante culpa burocracia por Choque não ter buscado presos em SP

Luana Rodrigues | 05/01/2016 12:35
Honda Fit levado pelos ladrões foi recuperado pela polícia (Foto: Divulgação)
Honda Fit levado pelos ladrões foi recuperado pela polícia (Foto: Divulgação)

"As vítimas têm que entender que a Polícia Militar não é responsável pelo transporte de presos de um Estado para o outro e, mesmo se fosse, não poderia fazer isso sem autorização da Justiça, um mandado, por exemplo". É assim que o comandante do Batalhão de Choque da PM, major Marcos Paulo Gimenez, justifica o impedimento de uma equipe de deslocar-se de Campo Grande até Santo Expedito, no interior de São Paulo, para prender e conduzir a Mato Grosso do Sul dois suspeitos de um assalto e outros crimes na Capital.

Conforme versão de policiais do Batalhão, a equipe pediu autorização para ir até o município, uma viagem de 1 mil quilômetros, somando ida e volta. Mas, os PMs “não foram autorizados pelo comando da corporação a fazer as diligências”.

Com relação a isso, o comandante explicou que era "impossível autorizar que uma equipe se deslocasse a São Paulo para prender bandidos se aqui tem bandidos sobrando. O nosso serviço nós fizemos, que era localizar o carro e até os suspeitos, mas ir até lá não dava", justifica o major.

Para Marcos Paulo, os suspeitos não ficaram presos em São Paulo por falta de provas. "Até onde eu sei, não foi encontrado nenhum objeto com eles, somente informações obtidas por telefone não são suficientes. Se a polícia segura uma pessoa e depois fica provado que ela não tinha nada a ver com o caso, são os policiais que respondem", disse.

Em entrevista ao Campo Grande News na semana passada, a vítima, que preferiu não se identificar, disse que estava revoltada com tamanha burocracia e preocupada com a própria segurança. "O que impede de prender? É bandido, está comprovado, está com as minhas coisas lá. Agora está solto, vai saber se vai voltar para me pegar. Não volto mais naquela casa, vamos colocar para vender, vou ver o que vamos fazer. Parece que é muita proteção para bandido e para a gente não, estão invertendo os valores”, falou.

Segundo o comandante do Choque, o batalhão está a disposição das vítimas para qualquer situação de risco. "Entendo o medo das vítimas, eu mesmo teria medo, mas eles tem os nossos contatos e nós nos colocamos a disposição para qualque coisa".

O Campo Grande News também falou com o comandante da Polícia Militar, Deusdete Oliveira. Ele disse que não estava sabendo do caso, pois está de férias, mas ressaltou que "a Polícia Militar tem uma série de protocolos e procedimentos que têm de ser respeitados, portanto não é possível entrar com viatura e armamentos em outro Estado de uma hora para outra", explicou.

O caso - O roubo em Campo Grande aconteceu no começo da noite de terça-feira (29). Consta que três homens invadiram uma casa, na Vila Neusa, fizeram uma família refém por cerca de meia hora, até fugirem levando um Honda Fit, joias e aparelhos eletrônicos.

Ainda conforme informações policiais, o carro foi encontrado por homens do Choque já na madrugada do dia 31, na região do Novos Estados. Ao divulgar este desdobramento no caso, na ocasião, o grupo especial da Polícia Militar não havia informado sobre prisões ou perseguição a eventuais suspeitos.

Pela versão revelada horas depois, o Choque havia identificado o trio suspeito do roubo que, por sua vez, ao saber da possibilidade de ser preso, fugiu rumo ao estado de São Paulo. O batalhão pediu apoio à PM paulista, que conseguiu abordar dois indivíduos na cidade de Santo Expedito, na região de Presidente Prudente, oeste paulista.

Consta que os detidos em São Paulo estavam com as joias e outros pertences roubados na casa em Campo Grande. “No entanto, foram ouvidos e liberados, pois não foram presos em flagrante”.

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