ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  19    CAMPO GRANDE 19º

Capital

Comoção e revolta marcam velório de pai e filho atropelados em ciclovia

Mariana Lopes | 07/05/2012 19:32
Pai e filho foram vítimas de acidente, um morreu ontem e o outro hoje(Foto: João Garrigó)
Pai e filho foram vítimas de acidente, um morreu ontem e o outro hoje(Foto: João Garrigó)

O clima de comoção e revolta já era de se esperar diante da tragédia que abalou toda a família de Luiz Carlos de Souza Silva, 47 anos, e do filho, Luiz Vinícius Ramires Silva, 12 anos. Durante o velório dos dois, ocorrido nesta segunda-feira (7), na capela da Pax Mundial, o choro de familiares e amigos vinha acompanhado de questionamentos a respeito do triste destino das vítimas.

“Não tenho nem palavras para expressar o que estou sentindo. O que ele (o motorista) tirou de nós jamais será revertido”, desabafa Moisés de Souza Silva, um dos 12 irmãos de Luiz Carlos. Junto com o lamento, ele deixa escapar a revolta. “No Brasil, a lei só funciona para os pobres”, comenta.

Kátia Maria Rizo, uma ex-cunhada de Luiz Carlos, não conteve as lágrimas enquanto os caixões eram colocados dentro do carro da funerária para serem transportados até o cemitério e também desabafou. “Nós só queremos que a Justiça não demore e que esse motorista não fique impune”, diz.

Emoção em velório de duas vítimas de atropelamento(Foto: João Garrigó)
Emoção em velório de duas vítimas de atropelamento(Foto: João Garrigó)

Enterro – No enterro, o que mais comoveu foi o sofrimento de Virgínia Ramires, esposa de Luiz e mãe de Vinicíus. No choro contido e silencioso, uma mulher visivelmente abalada e ao mesmo tempo forte. O olhar muitas vezes se perdia em algum lugar do cemitério, talvez como quem procurava aceitar ou acreditar no que estava acontecendo.

O primeiro caixão a ser colocado no jazigo foi o do marido, Luiz Carlos. Em seguida, o do filho, Luiz Vinícius, momento no qual ela não resistiu, abaixou a cabeça e deixou soltar a tristeza nas lágrimas.

Para Arão de Souza Silva, outro irmão de Luiz Carlos, o acidente destruiu as duas famílias. “Nós somos em 13 irmãos e somos muito unidos”, conta. Agora, fica o sentimento de insegurança. “Esse tipo de acidente vai continuar acontecendo se a lei não mudar”, desabafa.

Nos siga no Google Notícias