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Capital

Compensação pela duplicação da 163 pode abrir parque fechado há 7 anos

Aline dos Santos | 27/01/2015 15:42
Parque teve toda a estrutura montada, mas está apodrecendo sem uso (Foto: Marcos Ermínio)
Parque teve toda a estrutura montada, mas está apodrecendo sem uso (Foto: Marcos Ermínio)
Parque tem lagos e parece o das Nações, mas segue fechado desde a inauguração em 2008 (Foto: Marcos Ermínio)
Parque tem lagos e parece o das Nações, mas segue fechado desde a inauguração em 2008 (Foto: Marcos Ermínio)

Fechado há sete anos, o Parque Cônsul Assaf Trad pode ter função recreativa e ambiental, inclusive com controle dos alagamentos na região, na saída para Cuiabá. A resposta para os problemas mora quase ao lado: a rodovia 163. De acordo com o major e biólogo Ednilson Queiroz, foi encaminhado um projeto, por meio da PMA (Polícia Militar Ambiental), para a CCR MS Via, que terá que fazer compensações ambientais pela duplicação da BR-163. O grupo venceu licitação para explorar pedágios em 847,2 quilômetros da rodovia.

A sugestão é fazer a recomposição da vegetação no parque, que tem 25 hectares e é o quarto maior parque de Campo Grande. Apesar de ao longo dos anos ter recebidos milhares e milhares de mudas, só mato cresce em grande escala. “O solo não tem nutriente. Uma muda que você planta em um solo normal cresce em 10 anos. Lá, leva 30 anos”, diz.

Mas com um projeto específico, o solo ganha cuidados especiais, como adubação, que pode fazer com que a recomposição seja concluída em até 10 anos. “Você faz o trabalho de recuperação, acompanhamento das mudas, a própria vegetação recompõe o solo, com nutrientes das próprias folhas. Em oito, dez anos fechamos todo o solo”, explica o major.

A vegetação no terreno marcado pelo grande processo de erosão traz como benefício mais área disponível para infiltração da chuva, reduzindo o volume de água que hoje vira alagamento na avenida Cônsul Assaf Trad e entorno.

“Seria uma sistema de minimização de possíveis enchentes. Ajudaria a não alagar. Se tiver área recomposta, suportaria. A avenida alaga porque a drenagem não dá conta. A água vai quase que direto. Com a vegetação, tem mais infiltração, mais proteção, melhora o sistema de drenagem como um todo”, afirma o major.

Atualmente, as três lagoas, formadas em erosão de até quinze metros, já recebem parte do volume da enxurrada. De acordo com o major, a CCR informou que os projetos de compensação ambiental dependem de aprovação do Ibama (Instituto Nacional de Meio Ambiente) e, posteriormente, da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano).

Em nota, a concessionária confirmou que aguarda a licença ambiental para definir as ações compensatórias junto ao Ibama. "A partir das Licenças será possível estabelecer programas de plantio compensatório em consonância com as determinações do IBAMA", frisa, por meio da assessoria de imprensa.

Portões abertos – A função ambiental não impede que o parque receba visitantes. O acesso poderia ser livre ao playground, à pista de caminhada, uso cênico, ou seja somente para apreciar a paisagem, nas lagoas.

“Pode até fazer uma quadra de esporte. Existe um teatro de arena que pode ser utilizado para a cultura”, sugere Queiroz.

Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura de Campo Grande, o parque já funciona para pequenas visitações, mas depende da construção de banheiros para receber o público em geral.

Ocioso - Com lago, trilhas e pista de caminhada, o modelo é similar ao Parque das Nações. Mas enquanto a unidade da avenida Afonso Pena tem média de dois mil visitantes durante a semana, o parque da avenida Cônsul Assaf Trad é lembrado somente pelo mato e pelo tempo, que apaga as inscrições nas placas e derrubou parte do portão de acesso. Outra diferença é a falta de iluminação.

Inaugurado em 2008, o parque, na saída para Cuiabá, foi uma contrapartida do residencial de luxo Alphaville. A recuperação do processo erosivo custou R$ 5 milhões.

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