ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
MARÇO, SEXTA  29    CAMPO GRANDE 28º

Capital

Competição leva 400 aves cantoras ao Moreninho

Renan Nucci e Liana Feitosa | 10/08/2014 12:57
Após a primeira fase, 30 pássaros são classificados e continuam na disputa. (Foto: Marcelo Calazans)
Após a primeira fase, 30 pássaros são classificados e continuam na disputa. (Foto: Marcelo Calazans)

Mais de 400 pássaros participaram da primeira etapa do campeonato nacional de canto da Cobrap (Confederação Brasileira de Criadores de Pássaros Nativos) nesta manhã, no Moreninho, localizado no campus da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) de Campo Grande.

Participam da disputa exemplares das espécies bicudo e curió trazidos por criadores de vários estados, entre eles Goiás, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Distrito Federal e, claro, Mato Grosso do Sul.
Thales Lopes Rezende Júnior, presidente da Fecripas/MS (Federação dos Criadores de Pássaros de Mato Grosso do Sul) explica que o pássaro que canta mais, ganha. Para calcular isso, uma máquina especial, que é operada por um fiscal, marca a quantidade de cantos e da duração do canto dos concorrentes.

Nesta etapa, 30 pássaros são classificados e continuam na disputa, sendo que o 30º lugar ganha apenas 1 ponto. O campeão será conhecido no final do ano, quando a competição se encerra. A próxima etapa acontece na cidade de Vinhedo, interior de São Paulo, no final do mês.

Para o pássaro vencer todas as etapas e chegar na final entre os três primeiros colocados, ele precisa ter um desempenho de canto de, aproximadamente, nove minutos. "É como se os pássaros fossem atletas. Por isso, eles recebem um tratamento especial por parte dos criadores."

Requisitos - Para o vice-presidente da Cobrap, Aloísio Pacini Tostes, que também é criador, cuidado especial deve ser dedicado à ave de competição. "Para um pássaro produzir um canto de alto nível e rendimento a ponto de participar de competições, ele precisa estar bem cuidado tanto no aspecto físico, quanto emocional", explica. "Embora estejam em gaiolas pequenas durante o torneio, em casa, onde vivem, são criados em gaiolas grandes para ter mais mobilidade e realizar pequenos voos", completa.

Para calcular, uma máquina especial marca a quantidade de cantos e da duração do canto dos concorrentes. (Foto: Marcelo Calazans)
Para calcular, uma máquina especial marca a quantidade de cantos e da duração do canto dos concorrentes. (Foto: Marcelo Calazans)

De acordo com Pacini, um dos fatores que mais contribuem para a boa performance da ave é a presença de uma fêmea, que permite ao competidor ter seu instinto trabalhado. A explicação está na própria biologia. Com a fêmea por perto, o animal desenvolve o canto não só na tentativa de conquistá-la, mas também para demarcar seu domínio sobre o território.

Além de contar com a parceria indispensável de uma fêmea que não apresenta resistências em relação ao macho, o pássaro de competição precisa viver em um ambiente limpo e, de preferência, longe de outros animais que podem estressá-lo, como cães. Além disso, contar com boa alimentação, requisito que pode ser conquistado com a colaboração de veterinários e zootecnistas que elaboram rações de alta qualidade. Dessa forma, aumentam as chances da ave ter sua vida produtiva estendida até os 15 anos, mesmo podendo viver até os 30.

O goiano Valdir Pereira da Silva, criador há 13 anos, veio a Campo Grande para a competição com o Realengo, o curió que é tricampeão brasileiro. Ele conta que, apesar de ser uma prática que não gera muitos gastos e que, portanto, não é considerada cara, custear as viagens para participar das competições exige do proprietário disposição para gastar.

Nos siga no Google Notícias