Condição para edital, audiência sobre transporte coletivo não atrai usuários
Parte do processo para lançamento do edital de licitação para contratação da nova empresa que vai explorar o transporte coletivo urbano em Campo Grande, a audiência pública, realizada hoje de manhã na Escola de Governo da Prefeitura, ficou longe de receber reivindicações por melhorias.
O encontro terminou uma hora antes do previsto e atraiu pouco mais de 100 pessoas, grupo composto basicamente por representantes de sindicatos e funcionários do sistema. Usuários que utilizam o ônibus como o meio de transporte na Capital formaram minoria.
Na teoria, a audiência servia para que a população participasse do debate sobre o tema. Hoje foram discutidas questões como números da frota, horário e acessibilidade. Em seguida, na abertura para perguntas, por escrito, menos de dez participaram.
Para o presidente da Ussiter (União Sul-Mato-Grossense dos Usuários do Sistema Integrado de Urbano e Estadual Rodoviário), Antônio Duarte, a audiência não foi divulgada amplamente e, por isso, não teve o envolvimento da sociedade. “O usuário do transporte não foi convidado através da mídia, mas a mídia foi convidada”, criticou.
De outro lado, o diretor-presidente da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), Rudel Trindade, considerou satisfatória a participação da população, pois, segundo ele, como o tema já é amplamente debatido na mídia, a população já esclareceu grande parte das dúvidas.
No final da audiência, Rudel agradeceu aos participantes pela civilidade. “Uma audiência pública com um tema desses, espinhoso, delicado, e uma platéia com tanta educação é raro”, disse.
Os usuários do transporte coletivo urbano de Campo Grande ainda podem enviar sugestões exclusivamente por meio do site
Licitação - A partir da realização da audiência nesta segunda, a Prefeitura de Campo Grande deve lançar em 30 dias o edital para a nova concessão do transporte coletivo urbano.
O diretor-presidente da Agência Municipal de Regulação de Serviços Públicos e Delegados, Marcelo Luiz Bonfim do Amaral, informou que o investimento de partida fica em torno de R$ 40 milhões, mesmo valor exigido da Assetur (Associação das Empresas do Transporte Coletivo) pela Prefeitura como investimento.
O valor gerou discordância, o que acabou culminando na ruptura do contrato entre as partes em setembro do ano passado. O edital deveria ter sido lançado com seis meses.
O contrato com a Assetur só acabaria em 2014. A exigência de investimento fazia parte do processo de habitação da Capital dentro do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) de Mobilidade Urbana.