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Capital

Condições de delegacia contrastam com bens apreendidos de traficantes

Danúbia Burema | 07/12/2010 08:49

Enquanto veiculos lotam pátio da Denar, prédio também é sucateado

Motos lotam pátio da Denar, no bairro Tiradentes. (João Garrigó)
Motos lotam pátio da Denar, no bairro Tiradentes. (João Garrigó)

Os bens do tráfico apreendidos pela Polícia Civil, como carros de luxo, altas quantias em dinheiro e motos, contrastam com as condições da própria Polícia que atua na repressão desse crime.

Na Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico), onde há Audi e um Jipe Cherokee de traficantes parados há anos, a estrutura do prédio é extremamente precária, com vidros quebrados, chão com piso arrancado e cadeiras e mesas que sem lugar onde ficar fazem da recepção um depósito.

Alguns dos carros de luxo apreendidos em operações ainda ocupam o estacionamento e a frente da delegacia, pois é necessário que a Justiça julgue os traficantes a quais pertencem para irem a leilão.

Na Denar, mais de 700 inquéritos foram relatados apenas neste ano, revela o delegado titular, Márcio Takeshita. Além disso, ele não sabe precisar quantas investigações estão em andamento, simultaneamente.

Entre o que foi apreendido com os bandidos há dólares, grandes quantias em dinheiro e veículos. “O tráfico é dinheiro, é comércio, o que eles (traficantes) querem é ter lucro”, frisa o delegado.

Por isso, revela, a ação da Polícia tem que preocupar não apenas em prender os bandidos, mas em “quebrar” a estrutura montada por eles para praticar o crime, a fim de prejudicar a continuidade do tráfico depois que eles cumprirem pena.

Camionete importada é um dos veículos apreendidos pela Denar.
Camionete importada é um dos veículos apreendidos pela Denar.

Apreensões - Apesar de não arriscar o valor aproximado que o tráfico movimenta na Capital, o delegado ressalta que esse é um dos crimes mais lucrativos, incluído na mesma lista do tráfico de armas e pessoas.

Apenas neste ano, várias foram as apreensões de dinheiro e veículos caros. Em outubro, pela Operação Tic-Tac, foi preso o traficante Léo Jocura, que fornecia droga a usuários de alto padrão financeiro, conforme apontaram as investigações.

Com ele foram encontrados um Jipe Cherokee e uma Saveiro, dois mil dólares e R$ 100 mil em dinheiro. Em outra prisão, a do traficante Anderson da Silva Nakamura, ocorrida no mês passado, foram encontrados R$ 47 mil em dinheiro e outros R$ 16 mil em cheques.

O delegado explica que como o dinheiro dos traficantes é oriundo do tráfico, não pode ser depositado e por isso fica guardado com eles. Já imóveis e outros bens geralmente são colocados em nome de terceiros, o que dificulta sua apreensão.

Ele ressalta ainda que os traficantes da Capital não são expansivos como os do Rio de Janeiro, por exemplo, que usam várias correntes de ouro e gostam de ostentar a riqueza obtida por meio do tráfico, mas mais discretos, o que dificulta sua identificação e prisão.

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