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Capital

Construída para ser cartão postal, Orla vira abrigo de usuários de drogas

Espaço revitalizado no "coração da Capital" está depredado e abandonado. Todos os quiosques estão fechados

Alan Diógenes e Edivaldo Bitencourt | 31/01/2015 10:01
O que era para ser um ícone turístico da Capital virou foco de pichadores. (Foto: Alcides Neto)
O que era para ser um ícone turístico da Capital virou foco de pichadores. (Foto: Alcides Neto)
Lixeiras estão quebradas e paredes pichadas. (Foto: Alcides Neto)
Lixeiras estão quebradas e paredes pichadas. (Foto: Alcides Neto)

Dois anos após ser inaugurada - com investimento de R$ 4,8 milhões e a promessa de ser o novo cartão postal no "coração" de Campo Grande, a Orla Ferroviária está abandonada e depredada. Além do descaso, os nove quiosques construídos para vender alimentos se transformaram em abrigo de moradores de rua e esconderijo de usuários de drogas.

Inaugurada pela prefeitura na noite do dia 22 de dezembro de 2012, o local passou a ser "ponto" do medo no Centro. Quem passa pela local teme sofrer algum tipo de violência. “Está complicado, porque a gente não pode nem olhar para eles que nos encaram. Tenho medo de ser assaltada, porque eles vivem pedindo dinheiro por aqui. É um prejuízo para a população que nem sequer pode usufruir do local”, comentou a operadora de caixa Luana Rodrigues, 22 anos.

O pedreiro Adílson de Oliveira, 46, tem que passar todos os dias pela Orla Ferroviária para ir ao trabalho, na Rua Dom Aquino. Ele conta que teve que correr de alguns usuários de drogas em certa ocasião. “Me pediram umas moedas e eu disse que não tinha. Eles começaram a insistir e falar grosso comigo, tive medo e sai correndo”, destacou.

Para o bancário Marcelo Naia, 43, as pichações, por exemplo, prejudicam o comércio que funciona em volta da Orla Ferroviária. “Tem muita pichação, está demais. É pior para quem tentar vender seus produtos por aqui, que perde a clientela, por que as pessoas estão evitando passar pela Orla”, apontou.

Quiosques foram abandonados e viraram moradias de usuários de drogas. (Foto: Alcides Neto)
Quiosques foram abandonados e viraram moradias de usuários de drogas. (Foto: Alcides Neto)

A secretaria Helen Cristina Araújo, 27, mora em um apartamento próximo à Orla Ferroviária. Ela falou que a quantidade de usuários e a onda de crimes na região, impede que seus filhos de 7 e 10 anos brinquem na porta de casa.

“A crianças têm que brincar dentro de casa, porque lá fora não tem condições. Não podemos nem sentar lá na frente, porque os usuários ficam passando o tempo todo, ou seja, estou refém dentro da minha própria casa; isso é um absurdo. A prefeitura gastou dinheiro atoa com essa Orla Ferroviária”, finalizou Helen.

Para solucionar o problema, uma das ideias da prefeitura era de transformar o espaço da Orla Ferroviária, que fica entre as avenidas Mato Grosso e Afonso, em mais uma feira permanente de artesanato, hoje funcionando apenas na Praça do Imigrante. Outra proposta era de que a Fundação de Cultura levasse para o local eventos culturais que também servissem de chamariz de público. Mas, até agora nenhum dos planos foram colocados em prática.

De acordo com a superintendência de Turismo do município, o projeto será alterado e a finalidade dos quiosques será outra. O objetivo é transformar o local de um pólo gastronômico em corredor cultural. 

Luana disse que pessoas evitam passar pelo local. (Foto: Alcides Neto)
Luana disse que pessoas evitam passar pelo local. (Foto: Alcides Neto)
Helen tem medo que seus filhos brinquem na Orla Ferroviária. (Foto: Alcides Neto)
Helen tem medo que seus filhos brinquem na Orla Ferroviária. (Foto: Alcides Neto)
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