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Capital

Contador foi preso com documento falso durante operação do Gaeco

Flagrante foi em um dos escritórios de contabilidade vasculhados por equipe da força-tarefa

Anahi Zurutuza | 15/11/2016 14:12
Gaeco passou quatro horas em imóvel no Carandá na manhã de ontem (14) (Foto: Richelieu de Carlo/Arquivo)
Gaeco passou quatro horas em imóvel no Carandá na manhã de ontem (14) (Foto: Richelieu de Carlo/Arquivo)

Durante o cumprimento de um dos cinco mandados de busca e apreensão em escritórios de contabilidade alvos da Operação Caduceu, o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) prendeu o contador Tércio Brandino em flagrante por falsidade documental. Este foi a única informação a mais divulgado pela assessoria de imprensa do MPE (Ministério Público Estadual) até agora sobre mais uma das fases da força-tarefa da Lama Asfáltica.

A prisão aconteceu ontem (14) e o MPE não deu detalhes sobre que documento falso foi apresentado ou encontrado com o contador. Também não foi divulgado onde Brandino foi detido e se ele ainda continua preso.

Agentes saíram levando envelopes e pasta com documentos (Foto: Richelieu de Cargo/Arquivo)
Agentes saíram levando envelopes e pasta com documentos (Foto: Richelieu de Cargo/Arquivo)

Caduceu – Um dos mandados de busca foi cumprido em um escritório localizado na esquina da rua Vitório Zeolla com a rua Abricó do Pará, na Carandá Bosque – bairro do leste de Campo Grande. A equipe do Gaeco passou cerca de quatro horas no local e saiu com envelopes e uma pasta contendo documentos.

A informação é que o escritório de contabilidade presta serviços para a Proteco Construções, de propriedade de João Amorim, apontado pelo Gaeco como líder de esquema de desvio de recursos públicos por meio de contratos da construtora com o poder público. O empreiteiro é um dos principais alvos da Lama Asfáltica e já foi preso três vezes, do ano passado para cá.

Ontem (14), sem falar com a imprensa, cinco agentes saíram do imóvel no Carandá. A única confirmação que o MPE, instituição a qual o Gaeco é subordinado, deu na manhã desta segunda-feira é que a operação mirava em escritórios de contabilidade, que teriam emitido notas frias para facilitar a lavagem de dinheiro e acerto de contas de empresas investigadas.

PF quando cumpriu mandado de busca e apreensão na casa de Amorim (Foto: Fernando Antunes/Arquivo)
PF quando cumpriu mandado de busca e apreensão na casa de Amorim (Foto: Fernando Antunes/Arquivo)

Lama Asfáltica – O trabalho da força-tarefa apura desvios de milhões de obras em Mato Grosso do Sul por uma organização criminosa. Iniciada há um ano e quatro meses, a Lama Asfáltica já levou pelo menos 15 pessoas para cadeia.

Além do Gaeco, a PF (Polícia Federal), o MPF (Ministério Público Federal), a CGU (Controladoria-Geral da União) e a Receita Federal também trabalham para tentar identificar o tamanho do esquema com tentáculos em repartições públicas e empresas.

João Alberto Krampe Amorim dos Santos, dono da Proteco Construções e de vários contratos com o Governo do Estado e com a Prefeitura de Campo Grande, e o ex-secretário de Obras do Estado, Edson Giroto, são apontados como líderes do esquema. Os dois foram presos em novembro do ano passado, maio e em junho deste ano.

Até maio deste ano, a força-tarefa havia investigado R$ 195 milhões em contratos. A pedido do Gaeco, a Justiça bloqueou R$ 44 milhões em bens de 24 investigados, valor que representa a soma dos R$ 11 milhões em prejuízos encontrados na primeira fase da operação – que aconteceu em julho de 2015 – e mais R$ 33 milhões.

Caduceu, nome da nova fase da Lama Asfáltica – que já teve desdobramentos nas operações Fazendas da Lama e Aviões da Lama –, é um símbolo astrológico e que representa lucro, vendas e comércio. Por este motivo, a figura simboliza a contabilidade, daí o nome da nova fase, segundo o Gaeco.

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