Contra enxurrada, escritório constrói mureta na calçada e revolta pedestres
Uma mureta foi construída no meio da calçada na rua Antonio Arantes, no bairro Chácara Cachoeira e acabou com espaço de pedestres. O obstáculo, segundo o responsável, é para evitar que a água da chuva invada um escritório. A solução, criticada por muitos, foi a única encontrada pelos donos de uma Corretora de Imóveis que sofriam constantemente com a enxurrada.
“Quando chove alaga tudo por aqui. Mesmo com a mureta, o escritório fica prejudicado porque fica um monte de lixo parado, lixo que desce com a enxurrada. A água da chuva já invadiu o escritório duas vezes”, contou a copeira da corretora, Maria Lima, 53 anos.
Ao lado, um terreno baldio também dificulta o acesso porque não tem calçada, o mato tomou conta. Lixo e entulho estão acumulados no terreno. Segundo a copeira do escritório, uma árvore no fundo também atinge os fios da rede elétrica da corretora.
Para quem passa a pé, os cuidados para não cair na calçada do terreno baldio são redobrados. A operadora de caixa Heloisa Maria da Silva, 20 anos, lembra a questão da acessibilidade e diz que a situação é precária no local.
Ela conta que não tem carro e precisa se deslocar a pé pela cidade. “Não existe acessibilidade aqui. Em alguns pontos dessa região tem o piso tátil, mas esse trecho está abandonado, além da mureta”.
A comerciante Maria Aparecida Corrêa de Oliveira Moraes, 48 anos, estacionou o veículo hoje cedo ao lado da calçada coberta com mato. Ela teve dificuldade ao passar pelo lugar e disse que a situação se arrasta por falta de “olhar do poder público”.Maria ainda reclamou da mureta e ressaltou que alguém com deficiência não consegue passar pelo local.
A copeira defende a atitude dos patrões e diz que “as pessoas reclamam, mas foi a única forma de combater a enxurrada”.