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Capital

Contra quedas, Energisa orienta sobre espécies de árvores corretas para ruas

Flávia Lima | 29/11/2015 09:07
Ipês são as árvores-símbolo da Capital e podem ser encontrada especialmente na região do Centro. (Foto:Arquivo/Campo Grande News)
Ipês são as árvores-símbolo da Capital e podem ser encontrada especialmente na região do Centro. (Foto:Arquivo/Campo Grande News)

Dados da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana indicam que Campo Grande é uma das cidades mais arborizadas do país. Conforme a entidade, a Capital conta com 74 metros quadrados de árvores por habitante, enquanto que o índice mínimo ideal de cobertura vegetal é de 15 metros quadrados por habitante.

Prova disso é o levantamento do Plano Diretor de Arborização Urbana da Capital, realizado em 2009, que revelou um total de 153.122 árvores nas vias urbanas de Campo Grande. No setor do Aero Rancho é encontrado o maior número de árvores (5.024), seguido dos setores Moreninha, Centro-Oeste, Universitário e Nova Lima.

A arborização privilegiada contribui também com as pesquisas que apontam a Capital como uma das cidades com melhor qualidade de vida. No entanto, apesar dos benefícios da vasta vegetação para a saúde, um problema se torna recorrente, especialmente no verão, quando a incidência de temporais acompanhados por vendavais aumenta.

Como muitas árvores são antigas e nem sempre estão em boas condições, torna-se comum os acidentes envolvendo quedas de galhos ou até mesmo de toda árvore, que acabam obstruindo vias públicas.

Durante um dos últimos temporais, ocorrido na sexta-feira (20), a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros registraram a queda de pelo menos 70 árvores. Na ocasião nenhum incidente grave foi registrado, apenas danos materiais. Porém devido a demanda de ocorrências, algumas árvores demoraram até dois dias para serem retiradas das vias

Muitas delas caíram sobre a rede elétrica, deixando pelo menos 12 bairros sem luz, provocando transtornos a comerciantes que dependem de refrigeração par armazenar suas mercadorias.

Segundo Rodrigo Fraiha, gerente de Construção e Manutenção da Energisa, concessionária responsável pelo fornecimento de energia elétrica da Capital, as quedas ocorrem porque muitas das árvores não são indicadas para o plantio próximo a rede elétrica, como a palmeira imperial, ficus, sibipiruna, mangueira e leucena.

Com uma estrutura frágil, composta por folhas e galhos finos e flexíveis, essas espécies são mais suscetíveis a queda.

Além disso, são espécies que sempre avançam sobre a fiação elétrica, colocando em risco a própria população, já que algumas pessoas, mesmo conhecendo os riscos de um choque elétrico, se arriscam em realizar os cortes do galhos, sem autorização.

Só este ano, técnicos da Energisa realizaram a poda emergencial de pelo menos mil árvores. Rodrigo explica que esses cortes ocorrem apenas quando há uma queda ou aproximação dos galhos sobre a rede. Com exceção desses casos, as podas só podem ser feitas pela prefeitura.

Manual – Para orientar a população quanto as espécies corretas para o plantio, a prefeitura dispõe de um manual, também seguido pela Energisa, que detalha, inclusive, qual o tipo de árvore deve ser plantada em cada região da cidade, já que o plantio desordenado ou sem observar as recomendações técnicas acaba também ocasionando prejuízos, além da rede elétrica, ao calçamento e tubulações de esgoto.

Conforme manual publicado pela Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente), a seleção das espécies deve priorizar as nativas que apresentam adaptabilidade às condições adversas ao ambiente urbano, sem deixar de
considerar aquelas exóticas adaptadas ao clima e condições locais que se mostraram favoráveis para implantação na arborização urbana.

A orientação é que se escolha, referencialmente, uma só espécie para cada lado da rua ou para cada rua, pois facilita o acompanhamento de seu desenvolvimento, o controle de pragas e doenças e o programa de podas.

Para cada uma das sete regiões urbanas da cidade (Anhanduizinho, Bandeira, Centro, Imbirussu, Lagoa, Prosa e Segredo), há um grupo de espécies recomendado.

Por exemplo, na região central, algumas das espécies de porte médio ou pequeno recomendadas são o ipê-mirim, ligustro e pata de vaca. Já entre as de grande porte estão o ipê-branco, ipê-amarelo, pau-brasil e sibipiruna, contando que não fiquem próximas a rede elétrica.

O manual ainda orienta quanto ao tamanho das mudas e a forma como deve ocorrer o plantio, além dos tipos de podas permitidas, sendo proibida a poda drástica ou excessiva.

Já próximo a rede de energia, algumas das espécies de pequeno a médio porte recomendadas para plantio estão a escova-de-garrafa, ipê-mirim, grevilha-anã, quaresmeira, aldrago e árvores da China.

Como o manual está disponível apenas no site da Semadur, a Energisa vem realizando uma série de palestras gratuitas, abertas à população, com o intuito de passar informações técnicas e orientar quanto ao plantio das espécies indicadas para cada região.

O primeiro ciclo aconteceu entre os dias dez e 24 de novembro, contemplando quatro regiões do interior do Estado e atendendo mais de mil pessoas.

Rodrigo Frahia explica que as palestras sempre existiram, mas ganharam força neste ano, já que passaram a contar com um maior número de profissionais, como engenheiros elétricos e florestais. Para o próximo ano, o objetivo é ampliar o público atendido.

Para quem deseja conferir as orientações da Semadur, basta acessar o link www.pmcg.ms.gov.br/semadur/canaisTexto?id_can=6366. Para pedido de podas urgentes que estejam afetando a rede elétrica, o número é o 0800 7227272.

Plantio de espécies inadequadas próximos a residências pode provocar acidentes. (Foto:Arquivo/Marcos Ermínio)
Plantio de espécies inadequadas próximos a residências pode provocar acidentes. (Foto:Arquivo/Marcos Ermínio)
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