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Capital

Contrastes: revitalização da Afonso Pena traz à tona comércio de ambulantes

Paula Maciulevicius | 19/12/2011 16:24

No meio da avenida revitalizada, um comércio a céu aberto apareceu

Contraste de ambulantes na Afonso Pena de cara nova. Cícero ganha a vida como ambulante na avenida há 2 anos. (Foto: João Garrigó)
Contraste de ambulantes na Afonso Pena de cara nova. Cícero ganha a vida como ambulante na avenida há 2 anos. (Foto: João Garrigó)

Quem vê o paranaense com sotaque de alagoano com óculos e antenas à tira colo em plena avenida Afonso Pena se depara com o contraste das realidades do centro da Capital. Se já existiam, com a revitalização os cenários só ficaram mais evidentes.

Um banho de loja tomou a avenida. O asfalto agora está novo como tapete, árvores bem cuidadas, jardim verdinho e florido. Canteiro que dá até gosto de ver e ainda no ar, o cheiro de grama nova. Mas ali mesmo, olhando por outro ângulo a via não mudou de cara. Nas laterais, calçadas gastas pelo tempo e tomadas por quem tenta ganhar a vida. Gente que trabalha e não é de hoje.

Em meio aos produtos “seo” Cícero Firmino da Silva, 48 anos, é o retrato desse contraste. Ele se destaca e não está sozinho nisso. Entre a repaginada da avenida, ambulantes se juntam dividindo espaço, principalmente na esquina com a 14 de Julho. No meio da avenida revitalizada, um comércio a céu aberto apareceu.

“Para eles isso aqui que eu faço não é serviço, mas ninguém vê essa área largada? Eu nunca vi um limpando essa calçada”, questiona. Vendedor ambulante, há dois anos ele passa metade do dia na avenida fazendo comércio e tentando fugir da fiscalização.

Diferença que salta aos olhos. A metros dali, avenida novinha em folha. (Foto: João Garrigó)
Diferença que salta aos olhos. A metros dali, avenida novinha em folha. (Foto: João Garrigó)

A revitalização se restringiu ao meio da avenida e fez saltar aos olhos de quem passa, a disparidade nos cuidados. “Ali está ao Deus dará, mas se eles me vêem, levam tudo”, completa Cícero.

A diferença é tanta que olhando rápido não parece nem que se trata do mesmo lugar. “Se você prestar atenção é muito visível a diferença”, comenta a dona de casa Elen Costa, 33 anos.

Moradora da Cidade Morena há pouquíssimo tempo ela ainda opina além “percebo que o trânsito melhorou um pouco, mas aqui está tão ruim, precisava dar uma limpada, não dá só para olhar o meio”.

E o contraste não para por aí. Nos degraus das lojas, índias passam o dia sentadas. Ao lado de caixotes, bacias de milho e guavira.

“Com certeza precisava dessa reforma né? Mas só ficou bonito aqui”, mostra a panfleteira Juliana Apontes, 23 anos.

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