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Capital

Coophatrabalho é o mais atingido por ventos, com três casas destelhadas

Paula Maciulevicius e Jéssica Benitez | 16/06/2013 11:00
Árvore de 12m caiu trancando passagem e entrada de casa no Coophatralho. Imagem ilustra o que se pode ver na maioria das ruas. (Foto: Cleber Gellio)
Árvore de 12m caiu trancando passagem e entrada de casa no Coophatralho. Imagem ilustra o que se pode ver na maioria das ruas. (Foto: Cleber Gellio)

Árvores caídas, galhos, telhados pelo chão, postes sem energia. O cenário é este no bairro Coophatrabalho, a região mais atingida pelo temporal que Campo Grande viu na manhã deste domingo. No bairro, em duas casas a situação é ainda mais dramática, onde pessoas acamadas foram socorridas às pressas em meio ao desespero de que tudo viesse abaixo.

O relato dos moradores segue a mesma linha. De tantos anos vividos por ali, nunca se viu chuva forte fazer tanto estrago em pouco tempo.

A aposentada Neide Campelo da Silva, 65 anos, moradora da rua Caroba, foi uma das que viu a água invadir os cômodos da casa e no desespero, pegou a mãe de 87 no colo e levou para o banheiro. Era o único lugar seguro da residência.

Já passada a chuva, ela continuava nervosa e não é para menos. Olhando para dentro de casa, paredes rachadas, água por todo lado, móveis encharcados. “O que deu tempo foi de pegar os documentos para não molhar”, disse.

A aposentada Neide Campelo da Silva, viu a água invadir os cômodos da casa e no desespero, tirou a mãe de 87 anos do quarto nos braços. (Foto: Cleber Gellio)
A aposentada Neide Campelo da Silva, viu a água invadir os cômodos da casa e no desespero, tirou a mãe de 87 anos do quarto nos braços. (Foto: Cleber Gellio)

A mãe está no vizinho enquanto ela e as duas filhas decidem por onde começar. Na área, bombeiros estão com duas viaturas e equipes da Defesa Civil entregam lonas para cobrir parte do telhado perdido.

No mesmo bairro, a dona de casa Vilma Ramires, 68 anos, na rua Sacambu, também sentiu a angústia que a força da água e do vento traziam. O neto, que sofreu um acidente há um ano e meio se encontra em estado vegetativo e no caso de o pior acontecer, a cama que ele ocupa não passa pelo vão da porta. A solução seria de levá-lo nos braços. “Foi sorte que não molhou, se não eu ia ter que tirar e carregar”.

Na rua Extremosa, o motivo da preocupação era enorme. Uma árvore de 12m caída em frente de casa impedia que a professora Luciene da Costa e Souza usasse a garagem. O portão de elevação foi tomado pelos galhos. A árvore acabou por trancando todo o trânsito.

Com danos na casa, incluindo a cerca elétrica, ela relata que cansou de ver os vizinhos procurarem pela prefeitura e se verem hoje em uma situação evitável. “Já recorremos à prefeitura para que a árvore fosse cortada, mas ninguém nunca veio aqui ver como estava a situação”.

O problema apontado por ela é de que se os moradores tomassem as rédeas e tivessem cortado os galhos, a prefeitura daria um jeito de multá-los.

Vilma Ramires também viveu angústia de ver a chuva dentro de casa e no quarto do neto que vive em estado vegetativo. (Foto: Cleber Gellio)
Vilma Ramires também viveu angústia de ver a chuva dentro de casa e no quarto do neto que vive em estado vegetativo. (Foto: Cleber Gellio)

Segundo a autônoma Edna Fernandes, 55 anos, desde outubro do ano passado ela, por conta própria, tenta evitar o cenário que hoje veio à tona. “Eu já tinha colocado cimento na raiz e entulho para ver se segurava. A prefeitura respondeu que na região só tinha árvores pequenas conforme levantamento deles. Agora eles não precisam vir mais cortar, é só pegar os restos das árvores”, declarou.

Na avenida Florestal, a principal via de acesso ao bairro, é difícil transitar sem se deparar com galhos, troncos e o verde que um dia estava no alto, agora toma conta das ruas e calçadas.

O sargento do Corpo de Bombeiros, Ademar Alves, explica que em casos de temporal o risco maior é na hora da ventania e que em casos de pessoas acamadas, o correto é levá-los para o cômodo mais seguro da casa.

Depois que a chuva deu uma trégua, para evitar choques em situações de alagamentos, o sargento orienta para que a população retire os aparelhos eletrônicos da tomada. Mas nunca no momento de chuva. “A preocupação maior é com a vida”.

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