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Capital

De bicicicleta, ao som de rap, amigos se despedem de adolescente morto

Mariana Lopes e Elverson Cardozo | 17/08/2012 16:24

Amigos de Erivelton acompanharam o cortejo com manobras de bicicleta e cartazes de adeus (Foto: Rodrigo Pazinato)
Amigos de Erivelton acompanharam o cortejo com manobras de bicicleta e cartazes de adeus (Foto: Rodrigo Pazinato)

Embora o momento seja de dor, os familiares e amigos de Erivelton Iniesta Pereira da Silva deixaram de lado o convencional e acompanharam o cortejo do garoto ao som de rap e com manobras de bicicleta, as duas maiores paixão do adolescente de 16 anos, que perdeu a vida após levar um tiro na cabeça, no último sábado (11).

O carro da funerária saiu da igreja Assembléia de Deus, no bairro Tijuca II, às 15h30, acompanhado por cerca de 500 pessoas, dividas entre 30 carros, duas vans e um ônibus. Mas o que realmente chamou a atenção no cortejo foram as 100 bicicletas que seguiam logo atrás do carro que levava o caixão com o corpo de Erivelton.

“Queria me despedir dele fazendo esta homenagem, porque ele gostava muito de andar de bicicleta”, conta o amigo da escola Lucas Dias Macena, 14 anos. “O cara era um irmão para nós”, comenta.

No lugar de coroas de flores, cartazes nas mãos dos amigos traziam mensagens de adeus e pediam por justiça. “Queremos justiça, proteção divina, paz e amor”.

“O cara era um irmão para nós”, comenta o amigo da escola Lucas Dias Macena, de 14 anos (Foto: Rodrigo Pazinato)
“O cara era um irmão para nós”, comenta o amigo da escola Lucas Dias Macena, de 14 anos (Foto: Rodrigo Pazinato)

Amigo de infância e um dos que ajudou a organizar a homenagem, Elinton Prass da Silva, 16 anos, esteve com Erivelton pouco antes de ele ser baleado. “Ele saiu da minha casa às 20h30 e foi baleado às 22h, não acreditei quando vi me amigo morto daquele jeito”, lembra. O amigo conta que Erivelton fazia planos para o futuro, como comprar uma moto e alugar uma casa.

A lembrança dos amigos ao falar de Erivelton é praticamente unânime: “Ele gostava muito de bicicleta”. A impressão é de que cada pessoa que convivia com o garoto tem alguma história dele com a sua “fiel companheira”.

Edson Renan, 18 anos, por exemplo, conhecia Erivelton há três meses, e no pouco tempo de amizade a maior lembrança dele com o garoto é das andanças de bicicleta pelo bairro. “A gente dizia um para o outro ‘amigos até depois do fim’, por isso que estou aqui hoje participando do cortejo de bicicleta”, enfatiza o amigo.

Mesmo quem acompanhou o cortejo até o cemitério de carro também prestou a última homenagem ao adolescente. Raquel Ferreira da Silva, 36 anos, diz que Erivelton cresceu junto com os filhos dela e que não acreditou quando soube o que tinha acontecido. “A gente orou, mas Deus levou ele”, lamenta.

Nas palavras simples, o filho dela, Marcos Vinícius da Silva, 15 anos, deixou sua homenagem ao amigo com uma frase que ele mesmo fez: “Na selva triste a gente chora, o coração implora pedindo a volta do ‘ermão’. Faz ‘mó’ falta a presença dele aqui”, são as palavras de adeus deixadas no cartaz que carregava de dentro do carro.

A mãe de Erivelton, Silvana de Paula Iniesta, 39 anos, não acompanhou a retirada do caixão de dentro da igreja e teve que ser ampara pelos amigos.

Segundo a funerária, mais de 300 pessoas assinaram o livro do velório. A Polícia Militar e Agetran também acompanham o cortejo por segurança.

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