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Capital

Defeito em equipamento para tratamento no Hospital do Câncer

Peça queimou dia 21 de setembro e até esta terça-feira 1.560 atendimentos deixaram de ser feitos

Nadyenka Castro e Helton Verão | 16/10/2012 18:19
Serviço de radioterapia está de 'portas fechadas' desde 21 de setembro. (Foto: Rodrigo Pazinato)
Serviço de radioterapia está de 'portas fechadas' desde 21 de setembro. (Foto: Rodrigo Pazinato)

Defeito em equipamento do Hospital do Câncer, em Campo Grande, para tratamento com radioterapia há 26 dias. Desde então, 1.560 atendimentos deixaram de ser realizados no local.

Segundo informações da assessoria de imprensa do hospital, temporal no dia 21 de setembro causou pique de luz e uma peça da câmara de ionização queimou.

A reposição foi solicitada imediatamente e a peça já foi comprada, no Reino Unido, a 10 mil dólares. No Brasil não há o objeto.

Conforme o hospital, a peça já está no País, no Aeroporto de Viracopos, em Campinas, São Paulo. Só não chegou em Campo Grande devido à greve da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e também pelos problemas ocorridos no aeroporto de Campinas nesse fim de semana.

Os pacientes que deixaram de ser atendidos não foram encaminhados para outras unidades. Deixaram de ser feitos 60 atendimentos por dia.

De acordo com a assessoria de imprensa, o período que pacientes ficaram sem a radioterapia não vai prejudicar o tratamento. Eles receberão complemento nas próximas sessões.

Não houve transferências para outras unidades porque o tempo sem radioterapia não compensa os trâmites necessários para encaminhamentos e, além disso, outras unidades já têm os seus próprios pacientes.

O secretário de Saúde, Leandro Mazina, declara que em casos de necessidade é preciso acionar a Secretaria Municipal de Saúde, que faz o encaminhamento. Sobre o prejuízo aos pacientes, ele diz que “cada caso é um caso”, explicando que não se pode generalizar e que é preciso avaliação em cada paciente.

E agora? -Com o problema no Hospital do Câncer, resta a pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde), a Santa Casa e a Clínica NeoRad, terceirizada do  HU (Hospital Universitário) há pelo menos dois anos.

O HU e a Santa Casa estão em uma lista de prioridades do Ministério da Saúde para receber recursos para reativação do serviço de oncologia. No entanto, de acordo com o MPF (Ministério Público Federal), ambos hospitais pedem exclusão da relação.

Por conta disso, o MPF impetrou ação civil pública onde cita a terceirização do tratamento contra o câncer e pede a volta da oferta no HU.

Diante disso, o MPF pede à Justiça Federal liminar para que haja imediata adesão do hospital ao plano do governo federal e que adote todas as medidas para receber e manter em funcionamento os equipamentos de radioterapia, inclusive contratando os profissionais necessários.

O MPF pede também o estabelecimento de multa diária de R$ 3 mil, caso haja descumprimento da ordem judicial, que deve ser cobrada diretamente da reitora da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), Célia Maria Silva Correa Oliveira, e do diretor-geral do HU, José Carlos Dorsa Vieira Pontes. Já a União deve manter o HU na lista de prioridades do Plano de Expansão da Radioterapia no SUS.

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