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Capital

Defesa de policial diz que vai esperar denúncia da promotoria para agir

Rafael Ribeiro | 20/01/2017 11:22
Renê Siufi quer ler denúncia na íntegra antes de formular defesa de Ricardo Moon (Foto: Simão Nogueira)
Renê Siufi quer ler denúncia na íntegra antes de formular defesa de Ricardo Moon (Foto: Simão Nogueira)

O advogado Renê Siufi, responsável pela defesa do policial rodoviário federal Ricardo Hyun Su Moon, 47 anos, disse na manhã desta sexta-feira (20) que vai aguardar a denúncia oficial do Ministério Público Estadual contra seu cliente para definir como será o seu trabalho.

“O processo é digital e só terei acesso integral a ele após a denúncia for formalmente apresentada. Até lá não posso antecipar nada”, disse o advogado de ‘Coreia’, como é chamado o policial pelos amigos.

Na última quinta-feira (19), o promotor da 19ª promotoria de Justiça de Campo Grande, Eduardo José Rizkallah, antecipou ao Campo Grande News que endossará o indiciamento da Polícia Civil de homicídio doloso qualificado (quando há a intenção) do empresário Adriano Correia do Nascimento, 33, e da tentativa de assassinato de seus dois amigos, de 48 e 17, no último dia 31 de dezembro.


“Ele agiu como um esquentadinho no trânsito. Se irritou com uma fechada e a tentativa da vítima, que não estava armada, de fugir dele, foi respondida com um tiro, o que mostra despreparo para a função de policial”, afirmou o promotor.


Rizkallah disse ainda ter prazo para encaminhar a denúncia à Justiça. Ainda aguarda a chegada de laudos e provas para concluir a denúncia, já que apesar de ter relatado o inquérito sobre o caso, a polícia continua investigando o crime.

Crime - Ricardo Hyun Su Moon conduzia sua Mitsubishi Pajero prata na manhã do dia 1º de janeiro, em sentido à rodoviária, onde embarcaria para Corumbá (a419km de Campo Grande), seu posto de trabalho na PRF. Após uma suposta briga de trânsito, ele atirou sete vezes contra a Hilux branca do empresário.

Nascimento, dono de dois restaurantes japoneses na cidade, morreu na hora, perdeu o controle do veículo e bateu em um poste. Um jovem de 17 anos que o acompanha foi baleado nas pernas. Outro acompanhante no veículo, Agnaldo Espinosa, 48 anos, quebrou o braço esquerdo e sofreu escoriações com a batida. Ambos foram socorridos conscientes.

O policial ficou no local do crime e chegou até a discutir com uma das vítimas, mas não foi preso na ocasião, mesmo havendo policiais militares no local. Posteriormente, ele acabou sendo indiciado em flagrante ao comparecer na delegacia com um advogado e representante da PRF. Aacabou solto dias depois.

Em seu depoimento, Moon disse que agiu em legítima defesa. Afirmou que as vítimas não o obedeceram mesmo após ele se identificar como policial, que tentaram lhe atropelar ao fugir dele e que viu um objeto escuro que poderia ser uma arma na mão de uma das vítimas.

A Polícia Civil de Campo Grande ouviu testemunhas e as duas vítimas sobreviventes, além de rastrear autores das filmagens e ligações para a Polícia Militar. Uma reprodução simulada do crime foi feita no dia 11 de janeiro para apurar as circuntâncias do que ocorreu. Moon acabou indiciado por homicídio doloso.

Moon permanecerá na carceragem na sede do Garras (Delegacia Especializada e Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros), onde está preso desde o último dia 5, quando a Justiça voltou a trás de sua própria decisão inicial de conceder liberdade provisória ao acusado no dia ocorrido e acatou o pedido de prisão preventiva feito pelo MPE.

Atendendo pedido também feito pelo MPE, a Corregedoria da Polícia Militar e a Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública) abriram inquérito para investigar se houve favorecimento a ‘Coreia’ por parte dos PMs que atenderam a ocorrência. A Corporação não se manifesta sobre o assunto.

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