Delegada indicia mãe que abandonou filho e pede investigação de prostíbulo
A delegada titular da DPCA (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente), Regina Márcia da Mota, vai indiciar por abandono de incapaz a mãe que abandonou o menino de 4 anos em casa comendo mangas, na semana passada em Campo Grande.
Hoje a delegada ouviu a proprietária da boate onde a mulher ficou nos cinco dias em que o filho estava sozinho em casa. A empresária apresentou imagens que mostram que a mãe tinha entrava e saía livremente do local e também testemunhas que confirmam a versão. “Para nós está comprovado que houve o abandono de incapaz e não houve cárcere privado. Ela não foi visitar o filho porque não teve interesse”, comentou a delegada.
Segundo Regina, a mulher saiu livremente da boate por vários dias, esteve com amigas e lanchonetes. Caso seja condenada pelo crime de abandono, a mulher pode ficar presa por até três anos.
A investigação sobre o funcionamento da boate será encaminhada para a Deops (Delegacia Especializada de Ordem Política e Social), que vai apurar se há exploração sexual.
Também hoje a tia do menino entregou na Defensoria Pública os últimos documentos para pedir a guarda dele. A conselheira tutelar Andréia Almeida Silva disse que a tia, que tem 30 anos e é irmã da mãe da criança, entrou com o pedido de guarda na semana passada quando soube da situação de abandono.
Esta semana o conselho tutelar deve fazer uma visita na casa da família e depois deve ser a vez dos representantes da Vara da Infância e Juventude da Capital. “Todos da casa da tia já demonstraram interesse de ficar com a guarda da criança porque ela já passou seis meses com ele”, afirmou a conselheira.
Caso – O menino de 4 anos foi encontrado no domingo (14) em uma casa no Jardim Concórdia depois de ficar cinco dias se alimentando somente de mangas.
O Conselho Tutelar Sul chegou até o imóvel depois de ser acionado pela PM (Polícia Militar), que recebeu denúncias de vizinhos. A criança estava desorientada e no imóvel estavam apenas frutas, algumas já apodrecidas, além um colchão, geladeira, poltrona e ar condicionado.
Do imóvel, o menino foi levado para um abrigo.