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Capital

Demora em receber soro foi crucial em morte de jovem por picada de cascavel

Fabiano Arruda e Viviane Oliveira | 07/11/2011 11:08

Coordenador do Civitox diz que falta preparação a profissionais de saúde no socorro às vítimas de animais peçonhentos

Médico pede que população redobre cuidado no verão, época propícia para ataques de animais peçonhentos. (Foto: João Garrigó)
Médico pede que população redobre cuidado no verão, época propícia para ataques de animais peçonhentos. (Foto: João Garrigó)

O período de aproximadamente seis horas sem receber o soro antiofídico foi determinante na morte de Márcio Paulo de Souza, de 27 anos, informou nesta segunda-feira o coordenador do Civitox (Centro de Vigilância Toxicológica), Sandro Benites.

Márcio permaneceu por este período, no sábado, no UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do bairro Vila Almeida, antes de ser encaminhado para o Hospital Regional de Campo Grande.

A mesma situação ocorreu no último dia 27 na morte de Maria Eduarda Esquizel Rissi, de 3 anos, na Capital. Foram cerca de três horas até a menina receber o soro adequado.

No caso de Márcio, que foi picado por uma cascavel extremamente venenosa, a identificação do quadro é ainda mais difícil, já que a picada é praticamente impossível de ser encontrada no corpo da vítima, explica Sandro.

Além disso, o ataque desta serpente deixa a vítima com sinais de estado de embriaguez. “Queda das pálpebras, visão turva, dor muscular e dificuldade respiratória”, elenca os sintomas o coordenador do Civitox.

Os casos recentes motivaram reunião na manhã desta segunda-feira entre representantes do Civitox, Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e CCZ (Centro de Controle de Zoonoses).

Eles traçaram diretrizes para promover treinamentos e palestras para capacitação dos profissionais de saúde, principalmente, nas unidades 24 horas.

“A principal orientação à vítima por animais peçonhentos é procurar atendimento em unidades 24 horas, por isto a importância de profissionais qualificados neste atendimento”, comenta Sandro. “Falta formação médica específica”, emenda.

O período do verão é propício para a maior incidência de ataques de animais peçonhentos. É nesta época do ano que a cobra, por exemplo, sai para a caça e procriação.

“Qualquer região que tenha mato vai ter animal peçonhento”, afirma Benites, orientando que, as pessoas que estiverem nestes locais utilizem bota e calça jeans.

O coordenador do Civitox também alerta para os que jogam futebol em áreas com mato alto, ao redor do campo, que não entrem nestas regiões para evitar o risco de picadas.

Segundo Sandro, de dez ataques de serpente, nove são de jararaca e são raros os de cascavel, a segunda cobra mais venenosa, atrás apenas da espécie coral verdadeira.

Vítimas de picadas de jararaca apresentam sinais opostos ao da cascavel como edemas, sangramento e dor no local do ataque.

Em qualquer um dos casos, a medicação com o soro em menor tempo possível é determinante para que a vítima sobreviva.

Na última sexta, uma mulher em Campo Grande foi vítima de picada de escorpião e foi encaminhada rapidamente ao Hospital Regional, onde recebeu atendimento adequado e posteriormente recebeu alta.

Morte - Márcio Paulo de Souza, de 27 anos, morreu ontem, por volta das 12 horas, no Hospital Regional, vítima de picada de cascavel sofrida no sábado por volta das 17 horas enquanto ele tomava banho na cachoeira da Antena no bairro Vila Nasser.

O pai do jovem, Milton Paulo de Souza, comentou ao Campo Grande News que os médicos não identificaram a picada da serpente no corpo de Márcio.

Além disso, ele relatou que os médicos chegaram a dizer que o jovem poderia ter morrido de overdose porque não acharam o sinal do ataque, entretanto, a falta de marcas e a aparência de embriaguez fazem parte das características das vítimas de cascavel.

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