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Capital

Depois de políticos, agora profissionais liberais estão na mira do Gaeco

Paulo Yafusso | 09/04/2016 16:10
Ao ser preso no ano passado, Fabiano Otero aderiu à delação premiada e revelou nomes de clientes da rede de exploração sexual de crianças e adolescentes (Foto: Arquivo)
Ao ser preso no ano passado, Fabiano Otero aderiu à delação premiada e revelou nomes de clientes da rede de exploração sexual de crianças e adolescentes (Foto: Arquivo)

O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) prossegue com as investigações sobre a rede de exploração sexual de crianças e adolescentes. Pelo menos 12 pessoas já prestaram depoimento nesta que é a terceira fase dos trabalhos. A maioria dos investigados é profissional liberal e desta vez, pelo menos por enquanto, nenhum político figura na lista.

A primeira fase da investigação resultou na condenação de cinco pessoas, entre elas os ex-vereadores Alceu Bueno e Robson Martins, e o ex-deputado estadual Sérgio Assis. Os outros são Fabiano Otero e Luciano Pageu. Na segunda fase, outras pessoas foram denunciadas, mas o processo foi suspenso na semana passada, por decisão do vice-presidente do TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), desembargador Paschoal Carmelo Leandro, depois que o advogado do empresário José Carlos Lopes entrou com recurso no STJ (Superior Tribunal de Justiça).

Foi a partir da delação premiada de Fabiano Otero, que houve o desdobramento da investigação inicial. Na atual fase, a partir dos nomes citados pelo delator, estão sendo feitos cruzamentos de dados e também de informações nas redes sociais dos investigados. Otero citou o nome de outros empresários que também eram clientes de cafetinas que agenciavam programas sexuais para crianças e adolescentes.

Otero foi condenado a 11 anos e 11 meses e cumpria a pena inicialmente em regime semi-aberto, mas há pouco mais de uma semana a justiça determinou o encaminhamento dele para o regime fechado, só que ele não foi encontrado pelo oficial de justiça e passou a ser considerado foragido. De todos, o único preso é Luciano Pageu. Os demais entraram com recurso à decisão que resultou na condenação.

Desaparecimento – A investigação sobre a rede de exploração sexual de crianças e adolescentes começou a partir do registro de uma ocorrência de desaparecimento de uma adolescente de Coxim, investigado pela Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente). Quando a investigação estava em andamento, a polícia foi procurada pelo ex-vereador Alceu Bueno, que denunciou estar sendo extorquido depois de se envolver sexualmente com adolescentes que faziam programas.

A tentativa de extorsão foi confirmada e a partir da prisão dos acusados, o ex-vereador Robson Martins e o empresário Luciano Pageu, as investigações seguiram para a descoberta de uma rede de exploração sexual de menores e adolescentes, idealizada por Fabiano Otero. O caso foi assumido pelo Gaeco e ganhou repercussão nacional, por causa do envolvimento de políticos com a rede de exploração sexual.

Ao final desse processo, Fabiano Otero, que aderiu à delação premiada, teve a pena reduzida de 23 anos e 10 meses para 11 anos e 11 meses e é considerado foragido, já que a Justiça não o encontrou. Luciano Pageu, que está preso desde a época da investigação, no ano passado, foi condenado a 21 anos, 7 meses e 20 dias. Ambos em regime fechado.

Robson Martins foi condenado por extorsão, com pena de 9 anos e 4 meses. O ex-deputado esstadual Sérgio Assis recebeu pena de 6 anos a ser cumprido no regime semi-aberto, e o ex-vereador Alceu Bueno condenado a 8 anos e 8 meses em regime fechado. Os três entraram com recurso e aguardam em liberdade. Depois que o caso estourou, Alceu Bueno renunciou ao mandato de vereador na Capital.

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