Despejadas de área invadida, famílias migram para outro terreno particular
Sem ter para onde ir, parte dos 33 moradores que foram oficialmente notificados para desocupar suas casas na manhã de hoje (22), migraram para outra área particular no Parque da Lagoa, a uma quadra do lote onde estavam.
“O problema só mudou de lugar. Continuamos sem ter para onde ir, então a gente se ajeitou por aqui”, resume o pedreiro Gelson Vieira, 57 anos.
Depois de passar o dia de ontem tentando negociar mais prazo com a Imobiliária Correta, dona dos 37 hectares que compõem o Parque da Lagoa, no início da noite as famílias começaram a ser organizar e fazer a mudança para o terreno próximo.
Uma carroceria foi improvisada no triciclo de Carlos Maciel Pereira, 53 anos, que, junto com os vizinhos, passou a noite em claro fazendo o transporte de móveis e materiais que puderam ser reaproveitados, como janelas, telhas, e madeira, para a nova morada.
Por volta das 6 horas de hoje, o oficial de Justiça Luciano Ribeiro de Souza chegou com a ordem de despejo, acompanhado por dez homens do Batalhão de Choque da Polícia Militar, uma patrola, e três caminhões de mudança, disponibilizados pela Correta. A Enersul também deu suporte, e desfazendo a ligação das casas com a rede elétrica.
As casas começaram a ser demolidas e, enquanto algumas famílias foram para a casa de parentes, outras foram acolhidas por moradores do próprio Parque da Lagoa e as demais, como a do pedreiro Jean Pauferro, 27 anos, começaram, do zero, a construção das casas no novo terreno invadido.
Souza garantiu que, até o fim da demolição, nenhuma família ficou desabrigada. “No momento final, sempre acabam arrumando algum lugar para ir”, explica. Segundo ele, a Justiça é responsável somente pelos bens móveis e, caso alguém não tenha para onde levá-los, a Correta destinou um imóvel, dentro do Parque da Lagoa, para guardá-los temporariamente. “Mas não houve nenhum pedido quanto a isso”, assegurou o oficial de Justiça.
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