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Capital

Diretor diz que agente trocou corpos e erro foi o 1º em 11 anos do IMOL

Eduardo Penedo e Renan Ricci | 27/11/2014 12:54
Familiares de funileiro foram ao cemitério ao saber que a troca de caixões seria desfeita (Foto; Alcides Neto)
Familiares de funileiro foram ao cemitério ao saber que a troca de caixões seria desfeita (Foto; Alcides Neto)

O diretor do IMOL (Instituto de Medicina e Odontologia Legal), Marcos Antônio Araújo de Melo, informou que a troca do corpo do funileiro José Aparecido dos Santos pelo corpo de Cicero Rosa ocorreu em razão de um erro. “Houve um erro por parte do agente funerário que estava retirando os corpos da câmara fria. Esse agente acabou cometendo um equivoco, mesmo os corpos estando dentro de sacos plásticos identificados. Nos meus 11 anos de administração do IMOL esse foi o primeiro caso de troca ”, explica o diretor.

No dia 21, o funileiro José de 49 anos foi encontrado morto e a provável morte seria um infarte. Ele foi encaminhado ao Imol para exames necroscópicos e demorou três dias para ser liberado e quando foi entregue para os familiares havia sido trocado.

Marcos Melo explicou que os corpos estavam em adiantado estágio de decomposição e por isso o caixão estava fechado, o que dificultou os familiares de reconhecer o corpo. Ele explicou que no momento que o agente funerário fazia a remoção do corpo havia um técnico perito do instituto. “ O perito do IMOL estava ocupado revisando os papeis para autorizar a liberação do corpo ",comenta.

O diretor explica que os corpos de Cicero e José serão submetidos a exames de DNA complementares para que não haja falhas na identificação. “ Só depois que os corpos passarem por esses exames serão liberados para que as famílias os enterrem”, argumenta.

Marcos pediu desculpas pela falha e informou que dará total apoio as famílias das vítimas para inimizar os transtornos causados pela troca dos corpos.” Vou fazer um relatório sobre o caso e entregar para os órgão competentes para fazer os procedimentos adequados”, explica.

Os familiares do funileiro informaram ao Campo Grande News, que durante uma reunião no IMOL, para falar sobre a troca dos corpos o órgão informou que era para abafar o caso “Não deram grandes detalhes, apenas pediram para que o caso fosse abafado. Disseram que foi um erro cometido por um estagiário, o que acho pouco provável, pois todo estágio deve ser supervisionado. É uma situação frustrante e bizarra. Jamais imaginávamos que algo assim pudesse acontecer”, André Luiz Brauna, 31 anos, irmão da vítima.

Já o diretor do IMOL rebateu essa informação e disse que na reunião não houve nenhum pedido para abafar o caso. “ Essa informação não procede. Desde o início fomos claros e transparentes com a família. E voltamos a reafirmar que estão a disposição da família das vitimas para amenizar o problema com a troca dos corpos”, explica.

Caso – O funileiro foi encontrado morto pela irmã na tarde de sexta-feira. Ele estava seminu, deitado em uma cama na casa que fica aos fundos da oficina que ele mantinha no Rita Vieira. A vítima era epilética e relutava em se medicar, tanto que os irmãos sempre o vigiavam, para que ele fizesse o uso correto dos remédios. Ele era casado, pai de três filhos, mas optou por morar sozinho, pois se sentia melhor assim.

“Ele tinha as crises (epiléticas) dele, mas sempre o monitorávamos. Na terça-feira, uma irmã o encontrou. Na quarta, ela ligou pra saber se ele estava bem e se tinha se medicado. Depois ninguém da família o viu. Na quinta-feira ele teria sido visto, bem, em uma padaria. Na sexta-feira, um cliente chegou à oficina e chamou por diversas vezes, mas José não saiu. Ai um vizinho falou para chamarem minha irmã. Ela foi ao local o encontrou morto”, relatou.

O Corpo de Bombeiros foi acionado e confirmou o óbito. Equipes da Polícia Civil e perito estiveram no local para fazer os levantamentos de praxe e recolher o corpo.

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