ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
MARÇO, QUINTA  28    CAMPO GRANDE 28º

Capital

Diretoria de creche foi omissa sobre tortura de menino, diz delegado

Agressão que levou criança a ser internada no dia 23 de fevereiro poderia ter sido evitada

Bianca Bianchi | 04/03/2016 17:29
Delegado Paulo Sérgio Lauretto, responsável pelo caso, concluiu inquérito de 700 páginas hoje (04) (Foto: Fernando Antunes)
Delegado Paulo Sérgio Lauretto, responsável pelo caso, concluiu inquérito de 700 páginas hoje (04) (Foto: Fernando Antunes)

Um dos últimos a entrar na investigação sobre as torturas a um menino de 4 anos em rituais de magia negra, o depoimento de uma diretora de Ceinf (Centro de Educação Infantil) de Campo Grande revelou que as agressões que levaram o menino a ser internado em estado grave no dia 23 de fevereiro poderiam ter sido evitadas. A diretora da creche é mencionada no inquérito por omissão.

De acordo com o delegado Paulo Sérgio Lauretto, responsável pelo caso, no dia 16 de fevereiro a tia adotiva da criança teria levado o menino até a creche, sob pressão do conselho tutelar que exigia que ele frequentasse uma instituição de ensino. A diretora teria recusado recebê-lo ao ver machucados no rosto do menino, recomendando que a responsável procurasse um médico.

"Se, nesse momento, algum órgão de proteção tivesse sido acionado, nada disso teria acontecido", comentou Lauretto.

Segundo as investigações, a assistente social chegou a entrar em contato com a escola no dia 22 de fevereiro e, diante da explicação da diretora, resolveu fazer a vista surpresa à casa da família no dia seguinte, quando o menino foi encontrado machucado e encaminhado para a Santa Casa.

Lauretto afirmou, ainda, que não há indícios da participação de outras pessoas, além dos quatro suspeitos presos, nem que eles tenham feito outras vítimas. A adoção da criança pelo casal de tios, segundo o delegado, teria sido proposital para que ela fosse usada nos rituais de magia negra.

O inquérito, que tem cerca de 700 páginas, foi encerrado hoje e será encaminhado à 7ª Vara Criminal de Campo Grande.

Caso – Os tios do menino, a mãe da tia da criança e um primo de 18 anos foram presos suspeitos de torturar o menino de quatro em rituais de magia negra. A criança foi adotada pelo casal em maio do ano passado.

O caso que chocou a cidade veio à tona em 23 de fevereiro, após o Conselho Tutelar constatar queimaduras e marcas de espancamento pelo corpo do menino, que está internado na Santa Casa.

Os tios e o primo confessaram a violência e dizem que agiam sob influência de uma entidade. Caso sejam condenados, os suspeitos podem pegar de 5 a 13 anos de prisão. Eles serão indiciados pelos crimes de tortura duplamente qualificada, associação criminosa e corrupção de menores.

Nos siga no Google Notícias