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Capital

Divergência em depoimento é indício de que padastro participou de estupro

Alan Diógenes | 18/01/2016 18:21
Delegada da Depca, Daniela Kades, disse que vai ouvir mais pessoas para desvendar se padastro tem ou não participação no crime. (Foto: Marcos Ermínio)
Delegada da Depca, Daniela Kades, disse que vai ouvir mais pessoas para desvendar se padastro tem ou não participação no crime. (Foto: Marcos Ermínio)

Divergência em depoimento levou a Polícia Civil a desconfiar da participação do padastro no estupro de uma menina de 9 anos, na madrugada desta segunda-feira (18), em Campo Grande. Primeiro ele disse à polícia que não conhecia o acusado de cometer o crime, o açougueiro Eder Canepa Lameu, 32 anos, sendo que o mesmo passou o Natal em sua casa, depois que havia se separado da mulher.

Conforme a delegada Daniela Kades da Depca (Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente), que ficou responsável pelo caso, outro desencontro de informações, entre o depoimento prestado por ele, pela menina e a pela mãe levantaram indícios de sua participação. “Ele disse que a menina estava em outro quarto no momento em que foi atacada, mas ela e a mãe disseram que a mesma dormia em uma cama de solteiro ao lado do casal no mesmo quarto”, explicou.

Segundo ela, o açougueiro Eder deixou cair o celular ao deixar a cena do crime. Quando pegaram o aparelho e viram a foto de Eder, o padastro e a mãe da criança já o reconheceram na hora como sendo o autor do crime. Depois em que a polícia foi acionada, o padastro mudou a versão dizendo que não conhecia Eder.

“Sendo que ele, a mulher e o Eder trabalharam juntos em um supermercado no Bairro Pioneiras. Depois ela deixou o serviço e seu companheiro e o Eder continuaram trabalhando no mesmo local. Eles sempre saíam do serviço e iam tomar cerveja juntos. Inclusive o Eder, recém-separado da esposa, passou o Natal na casa do casal e da criança, ou seja, eles eram bem amigos para depois o padastro dizer que eles não se conheciam”, explicou a delegada.

Em depoimento, Eder ressaltou que a ação teria sido planejada pelo padrasto da menina e que, inclusive ele teria facilitado sua entrada na casa. Versão que é negada pelo padastro. Ele disse que nunca teve motivos para cometer o crime e que também não tinha problemas de relacionamento nem com menina e nem com sua mãe. Também alega ter deixado a janela da casa aberta naquele dia por “esquecimento”.

O padastro disse ainda em depoimento, que não via Eder desde o dia 08 deste mês, que não sabia a motivação para o crime e o porque Eder estava o acusando. Para a polícia, Eder disse que eles se viram a última vez na sexta-feira (15) e ressaltou que não agiu por vingança, outra hipótese levantada como motivação para o crime, já que, segundo a mãe da garota, os dois teriam tido um relacionamento.

O depoimento da menina também leva à hipótese de crime premeditado. Ela disse à polícia: “Acho que ele planejou tudo isso, porque uma pessoa não conseguiria fazer tudo o que ele fez sem ter pensado antes”. A menina disse ainda que foi Eder que tirou sua calcinha, e que o conhecia do Natal, data em que o mesmo passou com sua família e a “olhou estranho durante toda a noite”.

Durante o crime, Eder roubou o celular da menina e da sua mãe. Nos celulares, a polícia descobriu várias conversas entre a mãe, a menina e sua irmã de 13 anos, falando da primeira menstruação da pequena. A mãe disse aos policiais que as conversas foram simuladas pelo autor do crime para dificultar o trabalho da polícia, quando ele fosse preso.

Com o inquérito em mãos, a delegada Daniela Kades pretende ouvir novamente a menina, ouvir a ex-mulher de Eder e pessoas ligadas à família da vítima, para saber como era a relação da criança com o padastro. A delegada tem 10 dias para concluir o inquérito, e quer fazer isso o mais rápido possível, já que a criança fica na cidade até o dia 21 deste mês, depois retorna para Bonito, onde mora com a avó.

Ladrão de calcinhas – Eder foi apontado como ladrão de calcinhas. Ele havia furtado diversas peças íntimas da mãe da menina, além da quantia de R$ 200.

Também quando foi preso em seu apartamento, uma vizinha percebeu a movimentação e disse à polícia que suspeitava que o mesmo estava furtando as suas calcinhas e de sua filha do varal. Depois segundo ela, as calcinhas apareciam no mesmo varal com marcas de sémen. Outras testemunhas chegaram a flagrar Eder furtando as calcinhas. Ele não tem tem antecedentes criminais.

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