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Capital

“Dogueiros” continuam abandonados na antiga rodoviária

Paulo Fernandes e Paula Maciulevicius | 27/10/2011 22:23

Prédio da antiga rodoviária se transformou em um "lanchódromo" fantasma; falta de pintura, escuridão e péssima reputação afastaram clientes (Foto: Simão Nogueira)
Prédio da antiga rodoviária se transformou em um "lanchódromo" fantasma; falta de pintura, escuridão e péssima reputação afastaram clientes (Foto: Simão Nogueira)
Vendedores e clientes estão desconfortáveis no prédio que já foi rodoviária (Foto: Simão Nogueira)
Vendedores e clientes estão desconfortáveis no prédio que já foi rodoviária (Foto: Simão Nogueira)

Vendedores de lanches e cachorro-quente, conhecidos como “dogueiros”, que foram transferidos do canteiro central da avenida Afonso Pena para a antiga rodoviária de Campo Grande foram abandonados pelos clientes.

Há três semanas no antigo prédio, os “dogueiros” sentem que também foram esquecidos pelo Poder Público. O novo endereço, reclamam vendedores e os raríssimos clientes que vão ao local, é sujo e mal iluminado.

O “dogueiro” Alvaro Bittercourt, de 27 anos, está há duas semanas na antiga rodoviária. Ele diz que o movimento caiu drasticamente, em 80% “e olha lá se não foi mais”.

Sem ter quem atender, ele usa o bloco de anotações dos pedidos para fazer rabiscos, desolado. “Não veio ninguém hoje”, lamenta. “Os clientes simplesmente fugiram”, acrescentou.

Para ele, a falta de pintura, a escuridão e a péssima reputação do lugar afastam os clientes. A antiga rodoviária ainda é lembrada como um lugar cheio de prostitutas e com venda de drogas.

“A Prefeitura falou que ia pintar. Olha só, você ia querer comer em um lugar desses?”, questiona Alvaro.

Para ele, a única vantagem do novo endereço é a cobertura. “O bom é a cobertura, mas eu prefiria me molhar e ganhar dinheiro, do que ficar seco aqui sem”, disse.

Segundo ele, trailers que faturavam de R$ 2.000 a R$ 3.000 por mês na avenida mais importante de Campo Grande, hoje não lucram nem R$ 600.

Dono de um dos trailers, Paulo César Leite disse que os “dogueiros” estão precisando de um empurrãozinho.

Ele confirma que a quantidade de clientes despencou 80%. “Tem uns que os clientes que continuam, mas tem carrinho que já quebrou (faliu)”, afirmou. “Quem não tinha uma gordurinha para queimar aqui, já foi”.

Presidente da Amval (Associação Municipal dos Vendedores de Lanches), Emerson Nascimento reclama da demora da Prefeitura em pintar o prédio.

“Tem quase um mês que a Prefeitura está falando que vai pintar. Também falta iluminação, mas não pode pôr mais lâmpadas antes de limpar porque vai ficar mais visível a sujeira”, afirma.

Mesmo incomodada com o novo endereço, a estudante Suzana Almeida Rodrigues, de 28 anos, foi lanchar na rodoviária.

“Eu só vim porque conhecia o lanche. O local é meio desagradável, está feio, tem pombo direto, não é legal”, criticou.

A professora Olga Miranda, de 62 anos, veio de Jardim e não sabia da mudança de endereço dos vendedores de lanches. Ao sair do hotel em que está hospedada, viu os vendedores e se arriscou em ir comer um lanche.

Ela disse que gostou do local, mas acha que tem muito para melhorar.

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