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Capital

Dos sete envolvidos em morte de policial, apenas dois estão presos

Renan Nucci | 30/10/2014 12:09
Investigador da polícia há oito anos, Dirceu atuava na Derf. (Foto: Divulgação/PC/MS)
Investigador da polícia há oito anos, Dirceu atuava na Derf. (Foto: Divulgação/PC/MS)

Cerca de nove meses após o assassinato do policial civil Dirceu Rodrigues dos Santos, 38 anos, apenas dois dos sete envolvidos estão presos. Os irmãos Alexsandro Gonçalves Rocha, 21 anos, a travesti “Léxia”, e Alexandre Gonçalves Rocha, 19 anos, estão detidos respectivamente no IPCG (Instituto Penal de Campo Grande) e na Penitenciária de Segurança Máxima da Capital.

Renato Ferreira Alves, 21 anos, o irmão dele, Cléber Ferreira Alves, 36 anos, e Geovani de Oliveira Andrade, 18 anos, chegaram a ficar recolhidos por seis meses na Máxima, mas a defesa, representada pelo advogado Mário Morandi, entrou com recurso e eles obtiveram o direito de responder pelo crime em liberdade. Consta na denúncia que eles esconderam a arma utilizada na execução. “Eles negam participação e alegam que nem sabiam o que estava acontecendo. Dois deles estavam dormindo no momento do crime”, disse.

Outros dois envolvidos, identificados apenas como J.C. da S. e C.A. da S., também foram detidos no início das investigações, mas vão responder em juizado especial, que julga delitos de menor potencial ofensivo. “Eles não tiveram participação direta, foi apenas favorecimento pessoal e outros crimes menores”, explicou o delegado, ressaltando que a defesa prepara as alegações finais. “Aguardamos apenas a intimação”, completou.

O caso - Dirceu atuava na Derf (Delegacia Especializada de Roubos e Furtos) há oito anos. Ele e o colega Osmar Ferreira, 39 anos, apuravam o roubo de um colar de ouro avaliado em R$ 80 mil. Durante as investigações, entraram em contato com uma travesti identificada como Natália, de 22 anos, que disse poder ajudar nas investigações. Descaracterizados, os policiais foram até uma casa no Jardim Campo Nobre, onde supostamente iriam negociar a joia.

Consta no processo que, chegando ao local, Osmar entrou na casa enquanto Dirceu aguardava do lado de fora. Osmar foi identificado e abordado por Alexandre que o atacou com um golpe de asfixia, deixando-o desacordado. Em seguida, Alexandre utilizou uma arma para atirar contra Dirceu, que foi atingido na barriga, tentou fugir, mas caiu e foi alvejado com outros dois disparos efetuados por Léxia. Quando Osmar recuperou a consciência, encontrou o colega já baleado, sendo socorrido.

Os envolvidos negam o crime e relatam que o policial atirou primeiro. Eles alegam que em nenhum momento Osmar e Dirceu se identificaram como policiais. Léxia disse que a dupla se apresentou como pessoas do jogo do bicho e que iriam matar seus familiares por causa do colar. Por isso, ela o atraiu até sua residência para pegar a joia, com intuito de salvar sua família. A travesti disse ainda que pediu para seu irmão atirar em Dirceu, e em seguida efetuou mais dois disparos em sua direção.

Geovani, Renato e Cleber foram os responsáveis por esconderem a arma. O colar avaliado em R$ 80 mil pertencia a um empresário campo-grandense e foi recuperado. Os outros dois envolvidos estavam na casa e ajudaram a acobertar a joia. Durante depoimento, Léxia comentou que havia recebido o material como parte do pagamento de um programa. Cada qual com a sua participação, os envolvidos respondem por homicídio, lesão corporal dolosa, receptação dolosa, porte ilegal de arma, resistência e possivelmente a corrupção de menores.

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