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Capital

Dupla rende família, rouba joias e foge após tiros de policial aposentado

Nadyenka Castro | 28/11/2011 20:20

“A gente quer é viver”, diz vendedor de joias que foi agredido e assaltado por volta das 12 horas. Ele, a esposa e o casal de filhos ficaram aproximadamente 10 minutos sob a mira de armas de fogo

Com o boletim de ocorrência nas mãos, Vanderley e a esposa, que pediram para não serem fotografados, contam os momentos de terror que viveram. (Foto: João Garrigó)
Com o boletim de ocorrência nas mãos, Vanderley e a esposa, que pediram para não serem fotografados, contam os momentos de terror que viveram. (Foto: João Garrigó)

“A gente quer é viver”, desabafa o vendedor de joias Vanderley Brito, 38 anos, que nesta segunda-feira foi, junto com a esposa e os filhos, refém da violência pela terceira vez em cinco anos, em Campo Grande. “Com isso, a gente já sabe que pode acontecer de novo”.

Ele chegava na casa onde mora com a família, no bairro Coophamat, por volta das 12 horas, quando foi rendido por dois bandidos em uma Honda Titan de cor preta. Pensando somente em preservar a vida, o vendedor não reagiu. “Vai fazer o que, eles estavam com armas nas mãos”.

Um dos assaltantes estava armado com pistola e foi até a janela da caminhonete Frontier conduzida por Wanderley e o obrigou a abrir a porta. “Ele então me deu chute, me chamou de vangabudo”, conta indignado o homem que teve R$ 70 mil em joias roubados.

Ao perceber a movimentação, a esposa de Vanderley, Zélia Barbosa, 37 anos, tentou evitar que os filhos fossem rendidos, mas, os bandidos foram mais rápidos. “Eu estava estudando. Minha mãe falou para eu me trancar no quarto e ligar para a Polícia, mas eu não achava o celular e fui procurar na sala. O assaltante então falou que era assalto e me fechou no quarto”, fala a estudante de engenharia civil de 18 anos.

Enquanto isso, o irmão dela de 11 anos, o pai e a mãe, estavam sob a mira de armas de fogo. “Tudo aconteceu da portão para a varanda”, lembra Zélia.

Enquanto a família era mantida refém os bandidos entraram na caminhonete e pegaram as peças de joias, celulares e documentos pessoais das vítimas. “Eles já entraram pedindo o mostruário”, diz Vanderley, que acredita que os ladrões sabiam das peças e da rotina.

Tiros - Vizinho da família, o subtenente Lauro da reserva da PM (Polícia Militar), chegava em casa quando percebeu a movimentação estranha na residência ao lado. “Um deles estava virando a chave da caminhonete já”, lembra o militar que gritou e em seguida tirou a arma de fogo da cintura.

Os marginais então saíram da casa e subiram na moto. O policial atirou. “Foram de oito a 10 tiros”, declara Vanderley. Para Lauro, a Frontier também seria alvo dos bandidos. “Eles iam levar a caminhonete também se eu não tivesse visto”, afirma o militar aposentado.

Em um muro, marcas dos tiros. (Foto: João Garrigó)
Em um muro, marcas dos tiros. (Foto: João Garrigó)

Os assaltantes não revidaram, mas, o passageiro chegou a pegar na arma que estava na cintura. Porém, como ele e o comparsa por pouco não caíram do veículo, não conseguiu revidar.

As marcas dos disparos ficaram no muro de um terreno da rua e também na parede da casa de uma estudante de 19 anos. Ela estava no imóvel com o pai, a mãe e a irmã de dois anos quando houve os tiros. “Minha irmã estava na sala”, conta a jovem.

Maria Isabel dos Santos, 59 anos, e o marido também ouviram os tiros. “A gente estava deitado no quarto quando ouvimos. Pensamos até que era moto”, declara.

Revolta - Esta foi a quarta vez que a família do trabalhador é alvo de bandidos. “Nunca recuperaram um brinco”, revolta-se Vanderley, que continua. “Esta é a indignação de um cidadão de bem que é assaltado várias vezes. A Polícia trabalha e a Justiça solta”.

Em 2006, ele teve R$ 120 mil em peças roubados. Bandidos renderam sete pessoas e fizeram o assalto. Em 2008, entraram na atual casa deles e furtaram diversos eletrodomésticos. No ano passado houve tentativa de roubo e nesta segunda-feira, o roubo. “Parcelei em 36 vezes para pagar as peças que roubaram de mim. Agora já vou ter que parcelar de novo”, fala Vanderley.

“Morro de medo todo dia quando chego da faculdade”, revela a universitária que foi rendida em 2006 e também hoje.

Os marginais - Os assaltantes estavam com armas de fogo. Um com uma pistola e outro com um revólver e fugiram em direção à avenida Marechal Deodoro.

As vítimas anotaram a placa da moto e dizem que reconhecem os autores se ficarem frente à frente com eles. Vanderley suspeitou que um bandido preso nesta tarde pudesse ser o mesmo que o assaltou, mas, no reconhecimento, não o identificou como sendo o autor do roubo.

O branco na parede de cor marrom da sala de uma casa vizinha à da família rendida indica que ali 'pegou' um tiro. (Foto: João Garrigó)
O branco na parede de cor marrom da sala de uma casa vizinha à da família rendida indica que ali 'pegou' um tiro. (Foto: João Garrigó)
Tiro no muro. (Foto: João Garrigó)
Tiro no muro. (Foto: João Garrigó)
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