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Capital

Dupla se uniu para pôr fim à rixa de 7 anos ao matar um e ferir outro em bar

Zana Zaidan e Bruno Chaves | 27/01/2014 16:44
Branco, à direita, e José foram presos. Daniel morreu e Marcelo ficou ferido (Foto: Cleber Gellio)
Branco, à direita, e José foram presos. Daniel morreu e Marcelo ficou ferido (Foto: Cleber Gellio)

Autor dos disparos que mataram Daniel de Andrade, 52 anos, e deixaram Marcelo de Souza Silva, 29, em estado grave na noite de 26 de dezembro de 2013, José dos Santos, 75, foi apresentado na tarde hoje (27) pela Polícia. O crime foi premeditado com ajuda de um comparsa, Branco Aparecido Donizete Martins, 53, para resolver uma rixa antiga, de sete anos atrás, conta o delegado responsável pelas investigações, Tiago Macedo, adjunto da 4º DP.

Conforme o delegado, o idoso é extremamente frio e calculista, além de apresentar traços de psicopatia.

Por volta das 22 horas do dia do crime, Daniel e Marcelo bebiam no Bar do Ademir, na Rua Pontalina, no Bairro Santo Eugênio. José chegou ao local em um carro, dirigido por Branco, desceu e atirou seis vezes com um revólver calibre 38. Um acertou Daniel, que atingido no tórax morreu na hora. Marcelo foi socorrido e levado para Santa Casa.

O delegado conta que, em depoimento, José afirmou ter uma rixa antiga com Marcelo. Há sete anos, os dois tiveram uma discussão em que Marcelo agrediu José, o que o levou a dar tiros de espingarda contra o rival. No entanto, os tiros não o acertaram.

Na tarde de domingo, horas antes do crime, a dupla passou a tarde bebendo no bar de Branco, que também fica no bairro, na rua Paraisópolis. Foi então que José descobriu que Branco também não gostava de Marcelo, que seria um mau cliente, que bebia fiado e, bêbado, espantava a freguesia. No sábado, inclusive, Branco o teria expulsado do bar, e ele saiu afirmando que voltaria para colocar fogo no local.

Essa conversa levou os dois a planejarem o crime e, segundo o delegado, como todos no bairro se conhecem, eles sabiam que os rivais estariam no bar do Ademir. “Chegando lá, Branco saiu do carro, comprou uma cerveja, voltou, e avisou José que os dois estavam lá e que a barra estava limpa. José desceu tranquilamente, e começou a atirar”, conta Macedo.

“Branco deu todo apoio logístico. Em troca, ganharia o revólver que José usou, além de ser uma prova de amizade”, acrescenta o delegado. Os dois fugiram do local, José se escondeu em casa e orientou o amigo a fazer o mesmo.

A prisão – O delegado explica que a polícia civil recebeu uma denúncia anônima para chegar até a dupla. Até ontem, apenas José tinha sido identificado como um dos autores, mas o paradeiro era desconhecido.

Uma ligação indicava que um homem estaria andando armado em uma das linhas de ônibus que faz o trajeto até as Moreninhas. Ao checar, a polícia constatou que a denúncia era verdadeira, e o homem foi preso em flagrante por porte de arma. Na delegacia, descobriram se tratar de José, que confessou o crime.

José confessou o crime com frieza de detalhes, conta o delegado (Foto: Cleber Gellio)
José confessou o crime com frieza de detalhes, conta o delegado (Foto: Cleber Gellio)

“É uma pessoa extremamente fria, calculista e tem traços de psicopatia. Ele confessou tudo, com riqueza de detalhes, e se vangloria dos crimes que cometeu”, conta o delegado. José tinha passagem por outras três mortes, além da de Daniel, uma tentativa de homicídio e porte de armas.

Ele indicou a localização de Branco, que foi preso no bar. O comparsa, por outro lado, nega envolvimento nas mortes. “Sou trabalhador”, alega. Ele é réu primário.

José e Branco estão na 4ª DP, onde estão à disposição da Justiça. Marcelo também foi preso, porque, apesar de ter sido ferido, era procurado por roubo. Daniel tinha uma passagem por furto.

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