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Capital

Educandário ganha novas salas, mas tem dificuldade para manter alunos

Flávia Lima | 15/11/2015 09:05
Inaugurado em 1943, Educandário sempre foi referência na assistência a crnnaças carentes da Capital. (Foto:Divulgação)
Inaugurado em 1943, Educandário sempre foi referência na assistência a crnnaças carentes da Capital. (Foto:Divulgação)
Biscoitos caseiros produzidos pela instituição também ajudam a complementar a renda. (Foto:Divulgação)
Biscoitos caseiros produzidos pela instituição também ajudam a complementar a renda. (Foto:Divulgação)

O educandário Getúlio Vargas, na Capital, ganhou, na manhã desta segunda-feira (9), dois novos espaços para atender melhor as 100 crianças entre 1 ano e 4 meses e seis anos, que frequentam a instituição.

Nas novas salas funcionarão uma brinquedoteca e uma classe específica para os alunos do nível 1, que antes assistiam aulas com crianças do maternal. O novo espaço atende exigências da secretaria de Educação e foram construídos com recursos das penas pecuniárias doados pela Central de Execução de Penas Alternativas (CEPA), do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.

No entanto, as dificuldades do loca, que sempre foi referência em assistir crianças carentes, estão longe de acabar e nessa época do ano a situação se complica, já que as despesas com o 13º e férias dos funcionários, elevam os gastos do educandário.

Apesar de ter ficado satisfeita com a inauguração das obras, orçadas em R$ 191.857,61, a secretária administrativa do Educandário, Giovana Soraia Geraldi, revela que direção do educandário está preocupada com as despesas financeiras e vem buscando parceiros para garantir o custeio dos salários, alimentação e gastos de rotina.

O educandário conta com ajuda do município, porém o valor repassado chega, no máximo, a 15% das despesas mensais, que totalizam R$ 120 mil. “Sempre estamos batalhando realizando eventos para honrar nossos compromissos”, diz Giovana.

A verba da prefeitura é destinada ao pagamento dos 50 funcionários, mas com o 13º e férias, esse valor extrapola o repasse, por isso a instituição conta com a solidariedade da população para garantir o final de ano das crianças.

O trabalho no educandário é voltado para crianças carentes, que passam por uma avaliação da assistente social, que comprova a baixa renda da família. Uma vez aceita no local, a criança passa a ter um atendimento em período integral, recebendo quatro refeições, além de todo o currículo pedagógico adequado a idade e aplicado pelas educadoras da instituição.

Já as crianças entre sete e 16 anos passam o período contrário às aulas no educandário e, além do reforço escolar, têm a oportunidade de participar de cursos profissionalizantes de bordado, padeiro e manicure. No local há uma pequena fábrica de biscoitos, que além de contribuir com a renda da instituição, também contribui com a formação profissional dos alunos.

A instituição também se preocupa com o desenvolvimento cultural e bem estar físico dos alunos, oferecendo a eles aulas de música e atividades como capoeira e ginástica.

 

Padaria contribui com renda extra de instituição e ajuda a formar novos profissionais entre os alunos atendidos. (Foto:Divulgação)
Padaria contribui com renda extra de instituição e ajuda a formar novos profissionais entre os alunos atendidos. (Foto:Divulgação)
Atividades físicas e esportivas completam a formação das crianças.(Foto:Divulgação)
Atividades físicas e esportivas completam a formação das crianças.(Foto:Divulgação)

História – Inaugurado em outubro de 1943, mesmo recebendo apoio de segmentos da sociedade e empresas, o educandário Getúlio Vargas sempre batalhou para garantir a assistência a seus alunos.

Giovana conta que periodicamente são realizados eventos festivos e campanhas para reforçar o orçamento, mas mesmo assim, projetos de ampliação de salas e reformas acabam ficando em segundo plano, tanto que o educandário tem um déficit de, pelo menos, 250 vagas.

“Quando abrimos o processo de seleção formam-se filas enormes, mas infelizmente temos um espaço limitado, com apenas uma sala para cada nível”, diz.

Devido as novas diretrizes da Educação, cada sala não pode ultrapassar o número de 25 crianças, o que restringe ainda mais o atendimento.

O local, que começou sua história atendendo filhos saudáveis de pais portadores de hanseníase, atravessou os mais de 70 anos buscando atender as famílias carentes de Campo Grande. “No começo a instituição recebia os filhos de pais doentes. Já na década de 80 passou a assistir crianças que os pais não tinham condições financeiras de sustentar”, recorda a secretária administrativa.

No entanto, o local nunca funcionou como orfanato, como muitos pensam. As crianças carentes eram mantidas até que a famílias conseguissem suporte financeiro para levá-las para casa. “Nunca intermediamos adoções. Sempre acreditamos que o lugar delas era junto das famílias”, afirma Giovana.

A partir de 2006, com o advento do Estatuto da Criança, o educandário deixou a função de abrigo para abraçar exclusivamente a formação educacional das crianças.

Apesar das dificuldades, Giovana ressalta que a diretora-presidente do Educandário, Nelly Maksoud Rahe, mantém os projetos de ofertar mais vagas no futuro, por isso sempre está em busca de novos parceiros e contribuições. “Ela costuma dizer que não quer sair de casa para atender só 50 crianças. A meta sempre tem que ser ampliar o auxílio”, conta.

Os interessados em ajudar o Educandário Getúlio Vargas podem ligar para o telefone (67) 3351 6172.

Crianças recebem refeições e amplo atendimento pedagógico.(Foto:Divulgação)
Crianças recebem refeições e amplo atendimento pedagógico.(Foto:Divulgação)
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