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Capital

Eletricista diz a juiz que matou professor ao lhe "pregar um susto"

Juliana Brum | 28/07/2015 16:21
Francimar durante a apresentação em março deste ano (Foto: Arquivo)
Francimar durante a apresentação em março deste ano (Foto: Arquivo)

O eletricista Francimar Câmara Cardoso, 30 anos, afirmou, em depoimento na tarde de hoje na 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, que não quis matar, mas apenas "dar um susto" no professor de informática Bruno Soares Santos, 29. O assassinato ocorreu na manhã do dia 16 de março deste ano na Rua Maracaju, no Centro da Capital.

O juiz da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, Aluizio Pereira Santos, ouviu o acusado e nove testemunhas de defesa.  Francimar mostrou-se calmo durante o depoimento e respondeu a todas as perguntas feitas pelo juiz. Ele contou que nunca havia se envolvido em outros crimes.

No entanto, quando a esposa lhe relatou do suposto assédio feito pela vítima, ele ficou muito nervoso e saiu do sério. Contou que queria dar uma lição em Bruno. Durante o depoimento, que começou às 14h30, o acusado repetiu, inúmeras vezes, que só queria aplicar um susto em Bruno. 

Francimar relatou que usou uma espingarda velha que havia sido do pai e estava guardada na casa da mãe. Ele pegou a arma de fogo e foi até a escola de informática para pregar uma peça em Bruno e alertá-lo para não mexer mais com a sua esposa. No local, ele chegou e se apresentou como um aluno interessado no curso.

"Cheguei na escola, perguntei sobre o Bruno e que queria falar com ele pessoalmente. Ao chegar na sala, apontei a arma e falei que não era mais para ele fazer isto. Quando ele levantou e veio para cima de mim, me assustei e a arma disparou sozinha", contou Francimar, tentando alegar legítima defesa e disparo acidental.

Ele afirmou que ama a esposa e que sempre se deu bem com ela. Frisou que "todos ali da escola sabiam que ela era casada". Francimar ressaltou que a mulher usa aliança, o que considera um símbolo de honestidade. O acusado contou que, na versão da esposa, ela disse que Bruno passou a mão nas partes íntimas dela e a agarrou perto do ponto de ônibus da escola.

Vizinha e colega de trabalho prestaram depoimento para reforçar que o suspeito pelo assassinato era um bom homem. "Podemos dizer que era o melhor funcionário da empresa, porque não faltava e tinha uma conduta exemplar" defendeu o auxiliar administrativo Vilmar de Januso.

A dona de casa, Eliana Silva de Souza, vizinha do casal, afirmou que nunca ouviu nenhuma briga entre Francimar e a esposa. "Sempre foi um bom vizinho", destacou.

O defensou do acusado, Ronald Calixto Nunes, pediu, no final do depoimento do eletricista, a revogação da prisão preventiva. Ele frisou que Francimar se entregou e tem endereço fixo. O juiz Aluízio Pereira Santos acredita que decide, se leva o caso ou não a júri popular, em 30 dias. 

Caso - O homicídio ocorreu por volta das 7h30, na escola de cursos técnicos onde o professor de informática trabalhava, localizada na Rua Maracaju, entre a 13 de Maio e a 14 de Julho. Francimar chegou ao local e disse na recepção que queria se matricular em algum curso, mas que teria de ser com Bruno. Quando a vítima se apresentou, ele saiu, foi até o carro, pegou uma arma de cano longo e efetuou o disparo fatal.

O suposto abuso a mulher de Francimar, teria acontecido no dia 23 de fevereiro. Segundo a mulher, na ocasião, o também personal trainer e colega de trabalho dela foi até o ponto de ônibus na Rua Maracaju, próximo à Avenida Calógeras, onde ela estava. Ele teria a agarrado à força e a levado a um corredor abandonado onde cometeu os abusos. Por razões que ainda estão sendo apuradas, a mulher registrou a ocorrência apenas em 6 de março, na Casa da Mulher Brasileira, no Jardim Imá.

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