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Capital

Em 15 anos, número de usuários de ônibus reduziu 28% na Capital

Mariana Lopes e Fabiano Arruda | 24/05/2012 08:20

Para quem pega ônibus, a diferença está na quantidade de carros e motos nas vias

Doralício pega ônibus todos os dias e acha que nas ruas há mais carros e motos do que antes (Foto: Pedro Peralta)
Doralício pega ônibus todos os dias e acha que nas ruas há mais carros e motos do que antes (Foto: Pedro Peralta)

Entre a década de 1990, o número de usuários do transporte coletivo em Campo Grande, caiu 28%. Os dados são da (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) e apontam que em 1995, eram 90 milhões de usuários transportados, ao longo do ano. Em 2010, conforme a Agetran, as catracas registram 70 milhões de usuários.

A queda é atribuída por uma série de fatores. A insatisfação com a qualidade do transporte coletivo é uma delas, que gera diretamente outro motivo: a migração dos passageiros para o transporte individual, facilitado em financiamentos em redução de juros para a compra de carros e, sobretudo, motos.

Na ruas, o cenário é reconhecido pela população. "Dentro dos ônibus a gente não percebe que baixou o número de pessoas, mas nas ruas dá ver, com certeza, que tem mais carros e motos", observa o guarda Doralício de Souza Matos, 56 anos. Ele utiliza diariamente o transporte coletivo para ir trabalhar.

Já a estudante Maria Lenir Miranda, 43 anos, garante que percebe diminuição na quantidade de pessoas pelo movimento nos terminais. "Tem menos gente circulando", observa. À queda, ela atribui a facilidade de comprar carro ou moto. "Não acredito que seja por causa da qualidade do serviço, hoje em dia está tão rápido ir de um terminal ao outro", pondera Lenir.

Para o presidente do bairro Bosque da Esperança, Edson Barros, é preciso que a nova concessão do transporte coletivo urbano de Campo Grande priorize o conforto dos passageiros, que, segundo ele, sofrem com viagens longas, pois precisam ficar em pé nos veículos. "O número de bancos parece que reduziu", comenta.

De outro lado, o consultor técnico Albert Rocha, 25 anos, discorda. Ele andou de ônibus por muito tempo antes de comprar uma moto, e afirma que trocou os transportes por necessidade. "Não tinha mais condições de eu andar de ônibus, demorava muito tempo para chegar ao trabalho, era um sufoco", conta.

Albert trocou o transporte coletivo pelo individual por causa da demora (Foto: Pedro Peralta)
Albert trocou o transporte coletivo pelo individual por causa da demora (Foto: Pedro Peralta)

Para mudar a realidade e buscar saída também para desafogar o trânsito de Campo Grande, a Prefeitura de Campo Grande aposta num transporte coletivo eficiente que pode começar a virar realidade com as obras do PAC Mobilidade Urbana, que destinará R$ 180 milhões em investimentos.

"O projeto é reverter o número e fazer com que o ônibus seja mais atrativo", afirma.

As principais apostas do projeto estão na construção de três corredores específicos para os ônibus circularem nas vias da Capital, com mais de 50 quilômetros de extensão, além de quatro novos terminais. Tudo para tentar diminuir a superlotação dos veículos e fazer com que as viagens sejam mais rápidas. Cada corredor tem custo estimado de R$ 45 milhões.

Realidade - As informações do diretor-presidente da Agetran foram divulgadas ontem durante reunião na Câmara Municipal que tratou das previsões de intervenção pelo PAC Mobilidade Urbana.

Durante o encontro, Rudel aproveitou para explicar os motivos que levaram Campo Grande a escolherem os corredores exclusivos, chamados de BRT.

Segundo ele, o VLT (Veículos Leves sob Trilhos) e o metrô não seriam viáveis pelo custo e pelo fato de a Capital não ter a demanda para as duas alternativas.

"Para ser aprovado, Campo Grande teria que ter 16 mil pessoas utilizando o transporte em horário de pico (VLT), e para o metrô, esse número teria que ser de 30 a 40 mil usuários", informa.

Conforme Trad, a região que oferece mais demanda em horário de pico é do Aero Rancho ao Centro, com cerca de 4,5 mil usuários do transporte coletivo. Com o volume insuficiente, o Poder Público teria que arcar com os custos dos sistemas.

Além disto, o custo para construção do VLT gira em torno de R$ 10 milhões por quilômetro e o metrô R$ 100 milhões por quilômetro, complementou Rudel. "Com os R$ 180 milhões do PAC Mobilidade optamos pelos corredores", finalizou.

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