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Capital

Em audiência, motorista que matou passageiro de táxi alega desatenção

Mariana Lopes | 18/06/2013 18:34
Antes de entrar na sala de audiência, Diogo ficou sentado com uma das testemunhas e não conversou com quase ninguém (Foto: Pedro Peralta)
Antes de entrar na sala de audiência, Diogo ficou sentado com uma das testemunhas e não conversou com quase ninguém (Foto: Pedro Peralta)

Foi ouvido na tarde desta terça-feira (18), o motorista da caminhonete envolvida no acidente com um táxi, no qual um morreu e dois ficaram feridos, na madrugada do dia 11 de fevereiro deste ano, na avenida Afonso Pena, em Campo Grande.

Em depoimento ao juiz, o motorista da caminhonete, Diogo Machado Teixeira, de 36 anos, alegou que estava desatento ao trânsito na hora que colidiu com o táxi, no cruzamento com a rua Bahia.

Aparentemente nervoso durante o interrogatório, Diogo afirmou que não estava embriagado, como consta nos laudos do processo e apesar de o teste etílico dele ter apontado 0,59 mg/L de álcool no sangue.

Em vários momentos, o réu engasgou ao responder aos questionamentos do juiz, Carlos Alberto Garcete, principalmente quando se tratava do momento exato da colisão.

Diogo disse que não se lembra se o semáforo do cruzamento estava vermelho ou verde, e que acha que estava desatento na hora do acidente porque mexia com o celular na tentativa de colocá-lo para carregar. Ele afirmou que passou por outros semáforos antes do cruzamento com a rua Bahia, mas não se lembra se estavam abertos ou fechados para ele.

Na madrugada do dia 11 de fevereiro, Diogo conta que saiu da Valley por volta das 2h30, virou na avenida Afonso Pena na altura da rua Goiás, e seguiu no sentido Centro. No bar, ele confessou que bebeu dois copos de vodca e aproximadamente 5 long necks de cerveja, mas não se recorda bem da quantidade.

Defesa – Foram ouvidas na audiência de hoje mais quatro testemunhas de defesa. As duas primeiras pessoas que foram ouvidas são amigas da família e afirmaram que conhecem Diogo desde criança. Ambas as testemunhas não apontaram qualquer fato que pudesse desabonar a conduta do réu.

A outra testemunha foi um estagiário de direito e também amigo da família de Diogo, que acompanha o caso desde o começo. Ele disse que a família da vítima que morreu foi indenizada em mais de R$ 100 mil, que a família do taxista também está recebendo auxílio e que a família do terceiro passageiro do táxi também recebeu indenização.

A última testemunha de defesa foi a passageira de outro táxi, que estava no local no momento do acidente. Em depoimento breve, ela disse apenas que Diogo prestou socorro às vítimas e que pediu ajuda a ela para chamar a ambulância.

Com a audiência de hoje, encerram-se os depoimentos de testemunhas. Agora, o juiz aguarda mais o laude de corpo de delito do motorista do táxi e uma foto feita pela perícia que foi solicitada pela defesa do réu, que serão anexados ao processo nas alegações finais.

Vida que segue – Segundo o advogado do acusado, Rene Siufi, Diogo está trabalhando na fazenda durante a semana e aos finais de semana vem para Campo Grande, onde fica recluso em casa das 20h às 6h do dia seguinte, como determina a lei.

O réu também foi proibido de dirigir, por isso, ainda segundo o advogado, uma pessoa da família ou amigos o levam até a fazendo quando necessário. Diogo não falou com a imprensa.

O advogado afirma que Diogo ainda está bastante abalado com o acidente. Durante o depoimento das testemunhas de defesa, ele se emocionou e chorou em alguns momentos.

O caso - Diogo Machado foi preso em flagrante e solto dois meses depois. Ele pagou fiança de R$ 101.700. Conforme o juiz da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, Carlos Alberto Garcete, que concedeu a liberdade provisória, a quantia de 150 salários mínimos é para resguardar o pagamento de indenização às vítimas em caso de condenação. Um salário equivale a R$ 678.

O administrador de fazenda também vai pagar pensão temporária mensal de R$ 3 mil para os dois sobreviventes. O magistrado ainda determinou que ele tenha a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) suspensa até o fim do processo. O documento deve ser entregue ao Detran/MS (Departamento Estadual de Trânsito).

Passageiro do táxi, José Pedro Alves da Silva Júnior, de 22 anos, morreu na hora. O amigo dele, Ramon Rudney Tenório Souza e Silva, de 21 anos, e o taxista Sebastião Mendes da Rocha, de 51 anos, ficaram feridos. Ambos já receberam alta.

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