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Capital

Bar diz que todos foram revistados na noite em que segurança foi morto

Ana Paula Carvalho | 12/09/2011 17:21
Em nota, bar lamentou morte de segurança. (Foto: Simão Nogueira)
Em nota, bar lamentou morte de segurança. (Foto: Simão Nogueira)

Na tarde desta segunda-feira (12) a equipe do Voodoo Bar e do projeto Brown Sugar encaminharam uma carta à imprensa sobre a morte do segurança Jhon Eder Cortiana Gonçalves, de 33 anos, na madrugada do último domingo.

Na carta, os representantes do bar afirmar sentir intensamente a morte do segurança que era muito querido, tanto pelos frequentadores do estabelecimento, quanto pelos músicos que lá tocavam. De acordo com eles, Jhon fazia parte da família constituída no bar.

A equipe do bar também comentou a declaração de Diego Ferreira de Souza, de 23 anos, que confessou ter atirado contra o segurança. Ele relatou que já estava armado quando entrou no bar. “No dia em questão, todas as pessoas foram revistadas antes de entrar na casa, mas não tínhamos como evitar a presença de armas do lado de fora do bar”, afirma a equipe do bar.

Jhon foi sepultado na manhã desta segunda-feira no cemitério Jardim da Paz sob muita comoção de amigos e familiares.

O caso - Jhon foi morto com dois tiros, um no peito e outro na nuca, por volta das 03h deste domingo em frente ao bar Voodoo, localizada na rua 13 de junho, onde trabalhava como segurança.

Colega do trabalhador, João Antônio dos Santos Cardoso, 22 anos, testemunhou o caso. Ele conta que em um determinado momento um dos rapazes presos pegou sem pedir uma garrafa de vodka do bar.

Ele tentou conversar com os clientes, mas um acertou uma garrafada em sua cabeça. O que deu início a um briga. Outros seguranças do local retiraram os jovens do bar e levaram para a rua.

Os rapazes passaram a danificar veículos que estavam estacionados na via pública. Jhon Eder saiu da casa noturna para conter os autores e acabou atingido por dois tiros.

O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi acionado, mas o segurança chegou morto na unidade de saúde do bairro Coronel Antonino. Jhon Eder trabalhava no local desde que o bar inaugurou, no ano passado. A esposa dele era caixa e ajudava na limpeza do bar. Colegas da vítima não deixaram a mulher ver o marido ferido. O casal tem uma filha de seis anos.

Jhon foi morto em frente ao bar onde trabalhava.
Jhon foi morto em frente ao bar onde trabalhava.

Diego Ferreira de Souza, de 23 anos, e Janquiel Marques da Silva júnior, 22 anos, foram presos e autuados em flagrante por homicídio qualificado por motivo torpe. Diego confessou ter atirado no segurança. Ele ainda relatou que já entrou na casa noturna armado.

Mesmo Diego tendo confessado, testemunhas afirmar que foi Janquiel quem atirou. Os dois passaram por exame residuográfico para identificar quem efetuou os disparos. Eles foram presos pela Polícia Militar quando já estavam na Afonso Pena com a avenida Bandeirantes.

Leia a carta na íntegra- A equipe do Voodoo Bar e do projeto Brown Sugar sentem intensamente a tristeza e revolta da perda do funcionário Jhon Eder, que era muito mais que um segurança, era parte da família que ali foi constituída. Sentimos muito também pela perda de sua família, sua esposa Viviane, que também faz parte da família Voodoo Bar, e a filha Vitória. É muito triste presenciar a violência desfazendo mais uma família.

Gostaríamos de ressaltar, nesse momento de tristeza e consternação, que o Voodoo Bar sempre teve uma política de tolerância zero com qualquer tipo de violência, e enorme preocupação com todos os clientes da casa. No dia em questão, todas as pessoas foram revistadas antes de entrar na casa, mas não tínhamos como evitar a presença de armas do lado de fora do bar. A casa também operava dentro de sua capacidade: 300 ingressos foram vendidos e cinco seguranças trabalhavam naquela noite.

Expulsos após um início de confusão, que deixou outro segurança da equipe ferido, os responsáveis pela morte de Jhon continuaram manifestando agressividade do lado de fora do bar, deram chutes na porta, tentaram retornar e depredaram carros estacionados na rua. Preocupado em manter a tranquilidade também do lado de fora do bar, Jhon interviu e acabou sendo vítima dos disparos. A equipe do Voodoo Bar faz questão de ressaltar que esses clientes não estavam armados dentro da casa. Essa arma estaria escondida sob um pedra, próximo à esquina com a Rua Maracaju.

Jhon morreu tentando proteger nossos clientes, que sempre foram recebidos como parte dessa família que trabalha pela música e pela cultura independente.

Neste momento, nossa preocupação é apoiar a família de Jhon, é ficar ao lado de Viviane e Vitória. Pedimos desculpas, pois não estamos em condições de qualquer pronunciamento pessoal, neste momento de tanta tristeza, mas nos colocamos a disposição para quaisquer esclarecimentos.

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