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Capital

Em meio a décadas e histórias, Parque do Poderes tem palácio “esquecido”

Aline dos Santos | 09/06/2016 15:03
Sem palácio, sede da administração fica num prédio onde deveria funcionar secretaria. (Foto: Alcides Neto)
Sem palácio, sede da administração fica num prédio onde deveria funcionar secretaria. (Foto: Alcides Neto)
Pedrossian (primeiro à esquerda) ao lado de maquete do Parque dos Poderes em 1980.  (Foto: Roberto Higa)
Pedrossian (primeiro à esquerda) ao lado de maquete do Parque dos Poderes em 1980. (Foto: Roberto Higa)

Com 33 anos, o Parque dos Poderes tem um palácio “esquecido” em meio a décadas de histórias do local nascido com vocação para “cruzar o tempo”. Do projeto de sede administrativa da administração estadual, planejado em 1981, ergueram-se secretarias, Assembleia Legislativa, Tribunal de Justiça, centro de convenções, mas o palácio do Governo ficou só no papel.

“O projeto contemplava um palácio do Governo, mas não foi concretizado. Teve estudo, mas não evoluiu, poque na época o governador Pedro Pedrossian entendeu que não era prioridade. Primeiro foram implantadas as secretarias, depois a assembleia, o tribunal. O centro de convenções foi paralisado e concluído em 90, quando o Pedrossian voltou”, conta o ex-deputado estadual e engenheiro civil Antônio Carlos Arroyo. No começo da década de 1980, ele era diretor-presidente do Departamento de Obras Públicas.

O arquiteto Elvio Garabini, que participou do “nascimento” do parque, relata que o palácio do Governo ficaria localizado no lado oposto ao Centro de Convenções Rubens Gil de Camillo. O acesso seria pela avenida Afonso Pena. Na época, a principal via era a avenida Mato Grosso. O local reuniria a sede administrativa, cerimonial, anfiteatro. Há versão de que o espaço teria também ala residencial, mas, segundo Élvio, não havia previsão de área para moradia.

A exemplo das outras edificações, foi realizado concurso público para escolha do projeto. Segundo ele, foram três concorrentes e o projeto de autoria de Lauro Malaquias venceu. “Mas o governador decidiu não fazer o palácio e passou a bola para frente”, diz.

A Governadoria, local de trabalho do governador, funciona em um imóvel destinado, inicialmente, para ser mais uma secretaria.

Torre - A ideia de fazer em Campo Grande uma sede administrativa dos poderes já vinha do governo de Harry Amorim Costa, mas em forma de edifício. Segundo Élvio, os estudos iniciais foram do arquiteto Sérgio Bernardes, do Rio de Janeiro. “O projeto feito para o Harry Amorim era uma torre de 33 andares”, relata. Pedrossian desistiu da proposta do antecessor e decidiu abrir concurso para a escolha dos projetos arquitetônicos.

“Sugerimos pavimento limpo, desmontado e montado como quebra-cabeça. Ele aceitou as ideias. Fui ao Rio de Janeiro, Salvador, Paraíba”, relata o arquiteto, sobre as visitas aos centros administrativos de outros Estados.

Conforme Élvio, projetos que não venceram o concurso para secretarias foram reutilizados, dando forma às atuais sedes da Assembleia Legislativa e Tribunal de Justiça. Três décadas depois, o arquiteto destaca que a escolha pela fiação subterrânea se mostrou acertada. “É outra paisagem. A Enersul (empresa de energia da época) disse que a fiação subterrânea seria muito cara, mas o governador bateu o pé. Foi importante”, afirma.

Sobre o projeto, 33 anos depois, Élvio afirma que em tempos atuais sugeriria um projeto mais colorido e flexível para dar “graça” aos acinzentados blocos.

Pedro Pedrossian, 87 anos, foi governador de Mato Grosso entre 1966 e 1971. Em 1980, foi nomeado para comandar Mato Grosso do Sul, posto que retomou em 1991, quando foi eleito pelo voto popular.

Revitalização – A Seinfra (Secretaria Estadual de Infraestrutura) fez um diagnóstico do Parque dos Poderes. O projeto executivo para a primeira revitalização do local aponta custo de R$ 9,5 milhões para que o parque receba revitalização da via, dos canteiros, pista de caminhada, ciclovia, calçadas com piso tátil e meio-fio.

O projeto foi encaminhado ao governador Reinaldo Azambuja (PSDB), que vai avaliar a viabilidade orçamentária.

Parque dos Poderes foi inaugurado em 1983. (Foto: Alan Nantes/Arquivo).
Parque dos Poderes foi inaugurado em 1983. (Foto: Alan Nantes/Arquivo).
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