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Capital

Em novo local e sem rejeição, agora são dogueiros que reclamam

Nadyenka Castro e Paula Maciulevicius | 05/10/2011 18:07

Eles estão nas dependências da antiga rodoviária e dizem que o imóvel está sujo e sem energia elétrica. Comerciantes aprovam novos vizinhos

Dogueiros querem melhorias na estrutura da antiga rodoviária, atual local provisório dos lancheiros. (Foto: João Garrigó)
Dogueiros querem melhorias na estrutura da antiga rodoviária, atual local provisório dos lancheiros. (Foto: João Garrigó)

Com endereço provisório agora nas dependências da antiga rodoviária de Campo Grande, os dogueiros dessa vez tiveram a presença aceita, mas, agora, são eles que reclamam do local.

”Aqui não tem condições de trabalhar. Não tem energia, a gente mexe com comida. Olha a sujeira que está aqui”, diz Emerson Nascimento, presidente da Amval (Associação Municipal dos Vendedores de Lanches).

Ele explica que os comerciantes chegaram para trabalhar nos canteiros da avenida Afonso Pena, na noite dessa terça-feira, e encontraram o local já com o acesso proibido e que agora estão se sentindo “tocados”.

”O prefeito nem nos avisou. Aqui não tem estrutura adequada. Como a gente vai mexer com comida?”, questiona Emerson, que fala ainda que o teto do imóvel está com infiltração, há sujeira no chão e não há energia elétrica.

”Não tem condição para mexer com alimento aqui. O pessoal da saúde [Vigilância Sanitária] não vai sair daqui”, diz Eugênio Espíndola, 53 anos, referindo-se ao fato de que devido à estrutura inadequada, a fiscalização sanitária vai estar diariamente no local.

Má fama Os dogueiros reclamam ainda que devido ao fato da região da antiga rodoviária ser apontada como local de tráfico de drogas, muitos famílias vão deixar de ser clientes. “Família nenhuma vai querer vir aqui”. “Não é só porque é provisório que precisa ser precário”.

”Agora, vão falar assim, vamos lá comer um lanche na boca”, fala Manoel Eugênio do Prado, 57 anos, em referência a ponto de comercialização de entorpecentes.

Prejuízo - Os dogueiros dizem também que vão ter prejuízo com os dias parados.

Euros Cláudio do Nascimento declara que a classe não pode ficar mais de dois dias sem trabalhar porque, além de contas pessoais, todos têm funcionários e fornecedores para pagar. “Eu, por exemplo, tenho seis funcionários”.

Emerson explicou que já foi feito sorteio da posição dos trailers de lanches. Para ele, uma opção para melhorar o espaço seria fazer uma espécie de praça de alimentação ao ar livre.

Protesto- O comerciante Euros Cláudio afirma que se não for feita uma reunião para definir melhorias na estrutura da antiga rodoviária a categoria irá fazer uma manifestação. “Iremos engatar o trailer e parar em frente à prefeitura. Essa é a nossa decisão”, afirma.

O enredo - Os ‘lancheiros’ precisaram sair da Afonso Pena devido à reformulação no canteiro central. Desde 2009 os comerciantes sabiam que precisariam sair e o local escolhido para novo endereço foi a Orla Ferroviária.

Mas como a via ainda está em obras, os dogueiros estão sem endereço definitivo. Primeiro foi citado o Horto Florestal, mas o MPE (Ministério Público Ambiental) impediu alegando danos ao meio ambiente.

Depois, o local escolhido pela Prefeitura foi a Praça Aquidauana. Moradores e comerciantes da região não aceitaram e agora os trabalhadores foram para a antiga rodoviária.

”Não foi bem negociado o Horto Florestal. A Praça Aquidauana a gente falou que era para negociar com os moradores antes, mas, a Prefeitura achou que era só chegar lá e começar a quebrar tudo”, resume Emerson.

Os comerciantes do antigo terminal rodoviário aprovam os novos vizinhos e dizem que com eles lá, o movimento nas lojas irá aumentar.

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