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Capital

Em outubro, quatro favelas deixam de existir com entrega de 313 casas

Kleber Clajus | 22/09/2014 12:20
Diretora-presidente da Emha explicou que as casas não poderão ser vendidas ou alugadas (Foto: Kleber Clajus)
Diretora-presidente da Emha explicou que as casas não poderão ser vendidas ou alugadas (Foto: Kleber Clajus)
Em meio a multidão, Maricelma não conteve as lágrimas pela nova casa para a família
Em meio a multidão, Maricelma não conteve as lágrimas pela nova casa para a família
Já Arlete comemorou o fato de ter um endereço que possibilite sua identificação (Foto: Kleber Clajus)
Já Arlete comemorou o fato de ter um endereço que possibilite sua identificação (Foto: Kleber Clajus)

A entrega dos conjuntos habitacionais Gregório Corrêa e Ary Abussafi, em outubro, deve por fim a quatro favelas de Campo Grande. Nesta segunda-feira (22), no Teatro de Arena do Horto Florestal, foram sorteadas a localização dos 313 imóveis destinados a famílias que vivem em áreas de risco na Portelinha, Marquês de Herval, Taquaral Bosque e Morada Verde.

De acordo com a diretora-presidente da Emha (Agência Municipal de Habitação), Marta Martinez, o processo levou quatro anos para ser concretizado e as famílias tem previsão de assinar o contrato e receber as chaves da nova casa nos dias 14 e 29 de outubro, respectivamente. Os novos mutuários também foram orientados a inspecionar os imóveis até 3 de outubro, bem como de que não poderão vender ou alugá-lo no prazo de 10 anos.

Com lágrimas nos olhos, a auxiliar de produção Maricelma Cavalcante, 33 anos, contou que foi morar em uma favela porque não tinha condições de abrigar os seis filhos, com idades entre um e 14 anos, em outro lugar. “Nem vi o número da minha nova casa. Fiquei emocionada só de ver meu nome e realizar este sonho”.

As unidades, com 42 metros quadrados, possuem dois quartos, sala, banheiro, cozinha e área de serviço, além de sistema de aquecimento solar da água do chuveiro para auxiliar na economia de energia elétrica. O valor investido foi de R$ 60 mil em cada imóvel.

O casal Dominique Ferreira, 18, e Jucilei Lima da Costa, 24, conta os dias para deixar o cenário de enxurrada, com perda de móveis, na Portelinha. Ele, que atua como pedreiro, era o mais ansioso para descobrir que vai morar na casa número 73.

Já a auxiliar de cozinha, Arlete Arruda dos Santos, 41, diz que a espera por um imóvel fica menos longa depois de cinco anos de cadastro na Emha. “Muda tudo! Dá para a gente ser identificada por nós mesmos”, comemorou ao conhecer o novo endereço.

Em contrapartida, ainda há 73 pessoas que precisam regularizar documentos sobre estado civil, emancipação para menores de 18 anos e solicitação de segunda via de certidão de nascimento ou casamento. Para esses, um novo sorteio deve ser realizado para definir a localização do lote.

Reassentamento – Marta Martinez frisou que o reassentamento das famílias deve possibilitar a continuidade de obras viárias na região do Segredo, paralisadas pela ocupação irregular no traçado da via.

“Serão quatro favelas extintas realmente e faremos a limpeza e segurança da área para que não hajam novas invasões. Uma força tarefa tem que feita com a Guarda Municipal, lideranças comunitárias e concessionárias de água e energia para quando uma invasão começar a gente possa retirar essas pessoas”, ressaltou a diretora-presidente da Emha.

Ainda neste ano estão previstas a entrega de 800 unidades habitacionais, ante déficit de 28 mil casas destinadas a pessoas com renda mensal entre 0 e 5 salários mínimos. Já para 2015, a estimativa é de que sejam construídas 5 mil novas residências.

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