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Capital

Em pontos críticos da cidade, moradores tentam amenizar alagamentos

Mariana Lopes | 12/04/2012 12:36

Mesmo adaptando as casas para a chuva, moradores estão desacreditados de que a situação possa melhorar

Na casa de Maria Elza, ela desistiu de levantar o muro que a chuva derruba (Foto: Minamar Junior)
Na casa de Maria Elza, ela desistiu de levantar o muro que a chuva derruba (Foto: Minamar Junior)

As chuvas dos últimos dias deixaram em alerta moradores de alguns bairros de Campo Grande, considerados críticos por sofrerem constantes alagamentos. O medo dos períodos chuvosos no Verão levou muitas pessoas a apostarem em medidas e improviso para tentar conter a força da água, mas nem sempre é eficaz.

Na rua Tipuana, no bairro Coophatrabalho, onde a chuva do dia 17 de março derrubou os muros de três casas, praticamente todas tem algum tipo de contenção. Placas de alumínio nos portões, canos para escoar a água, calçadas acima do nível normal. Vale tudo na tentativa de amenizar os estragos.

A dona de casa Maria Elza Vera, 62 anos, mora no bairro há 26 anos, e conta que, por causa da chuva, levantou o muro da casa dela sete vezes, mas agora desistiu. “O que eu poderia fazer aqui, já fiz, mas nada resolve”, lamenta.

Moradores colocam placas de alumínio nos portões para tentar conter a água da chuva (Foto: Minamar Junior)
Moradores colocam placas de alumínio nos portões para tentar conter a água da chuva (Foto: Minamar Junior)
Já no Santo Antônio, o morador substituíu o alumínio pela mureta de concreto (Foto: Minamar Junior)
Já no Santo Antônio, o morador substituíu o alumínio pela mureta de concreto (Foto: Minamar Junior)

Quando a chuva cai forte e a água entra na casa, Maria Elza diz que a única coisa que resta a ela é abrir as portas de casa e ir para fora, enquanto espera a chuva passar. “Já perdi máquina, TV, sofá. Desisti de comprar as coisas, vai estragar de novo”, afirma.

A situação de risco quando o tempo fecha fez com que a maioria perdesse a esperança de que a situação possa melhorar. Em muitos lares, a chuva não atingiu apenas os móveis, também abalou o estado psicológico de muitos moradores.

“Perdi tudo”, “Vou comprar novo para que? A próxima chuva vai acabar com tudo de novo”, “É assim há anos, as autoridades não estão preocupadas com a gente”, “Quando começa a ameaçar chuva, fico desesperada”... Essas são as frases mais ouvidas dos moradores.

Na casa de Hercília Arce, 49 anos, no bairro Santo Antônio, as marcas das enxurradas chegam à metade da parede, mostrando até onde a água da chuva chegou. “Quando meus netos estão aqui, coloco eles em cima do beliche”, conta.

Exceto as crianças, todas da casa ficam no molhado, aguardando a chuva parar e a água escoar. “Já peguei hepatite por causa disso”, diz Maria Elza.

Na porta da casa de Jaqueline, no Jóckey Clube, mureta tenta barrar a água da chuva
Na porta da casa de Jaqueline, no Jóckey Clube, mureta tenta barrar a água da chuva

Outro ponto da cidade que é bem atingido pela chuva é o bairro Jockey Clube. Na rua das Hortensias, por exemplo, a moradora Jaqueline Tutija, 31 anos, levantou uma mureta na porta da sala, para evitar que água invada a casa, mas mesmo assim sofre com os alagamentos.

Rua – Em outra região da Capital, onde moradores também enfrentam problemas com as chuvas, os estragos estão nas casas e nas ruas. No bairro Maria Parecida Pedrossian, bueiros estão cheios e entupidos com barro, carregado pela água da chuva das ruas de terra.

Uma das ruas mais críticas é a Minerva, que apesar de ser pavimentada, está coberta por barro, sujeira e pedregulhos. “A gente paga IPTU, mas faz tempo que não vejo o asfalto daqui”, reclama a dona de casa Izabel Ciriaco, 57 anos.

Obras - De acordo com a assessoria de imprensa da Prefeitura, os problemas do bairro Santo Antônio serão resolvidos com a conclusão das obras de drenagem da Júlio de Castilho. Já no Coopahtrabalho, não há previsão para obras.

Sobre a região do Maria Aparecida Pedrossian, onde a principal reclamação dos moradores é a sujeira nas ruas arrastada pela chuva, a assessoria da Prefeitura orienta aos moradores ligarem no telefone 314-3675 e fazer a reclamação, tanto para a limpeza quanto em casa de insuficiência do serviço oferecido pelo órgão.

Nas obras do Plano Diretor de Drenagem estão programadas a construção de galerias e rede de drenagem a partir da Rua Spipe Calarge, na altura da Vila Carlota, descendo pela Progresso, Jardim Paulista, Jardim América, área de impacto do Córrego Cabaça, passando no Parque de Exposição e entrando no Jockey Clube e Marcos Roberto, cortados pelos córregos Cabaça e Areias.

Toda a água pluvial de forma mais regulada, com menor velocidade, será despejada no Anhanduizinho, na altura da Rua Ouro Negro.

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