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Capital

Em protesto, família de mulher morta por ex-marido pede penas severas

Leonardo Rocha e Graziela Rezende | 12/01/2014 09:32
Prima da vítima, Letícia Escobar diz que protesto quer penas mais severas a este tipo de crime (Foto: Marcos Ermínio)
Prima da vítima, Letícia Escobar diz que protesto quer penas mais severas a este tipo de crime (Foto: Marcos Ermínio)

Protesto na Praça Ary Coelho, na área central de Campo Grande, reúne familiares e amigos de Dayane Silvestre Uliana, de 26 anos, que foi morta com três tiros pelo ex-marido, no último dia 4 de janeiro. Eles estão pedindo penas mais severas para este tipo de crime, além de requisitar que o acusado, Julio César Martins, permaneça preso.

Cerca de 30 pessoas estão no local com faixas, cartazes e camisetas com o nome da vítima. O grupo conseguiu o apoio de amigos e familiares dos jovens Breno Silvestrini, 18 anos, e Leonardo Fernandes, 19 anos, que foram assassinados em 2012, além de pessoas ligadas a jovem Giovanna Nantes, 18, que pode ter sido espancada na virada do ano por seu namorado.

Os manifestantes planejaram uma caminhada até a Delegacia da Mulher, na rua 7 de setembro, para um protesto em frente ao local. “O JulioCesar precisa permanecer preso, que ele não responda a este crime em liberdade, precisamos de leis que não sejam tão brandas”, explica Letícia Escobar Silvestre, 19, prima da vítima.

“A mulher ainda tem medo de denunciar, a medida cautelar que exige a distância de 300 metros não funciona, já que se o homem quiser matar a lei não vale nada”, afirmou Letícia.

A prima da vítima ressaltou que no início o ex-marido de Dayane era gentil e tinham um relacionamento bem tranquilo, no entanto após o casamento ele começou a “prendê-la” e afastá-la da família.

“Chegou uma época que ele ficou com a posse do celular dela e os colegas do trabalho começaram a perceber hematomas, foram dois anos de um relacionamento conturbado, de idas e vindas”, afirmou ela.

Letícia Escobar também revela que a mãe da vítima está cuidando do seu bebê, que está sentido a sua falta.

“Ela (filha) viu a foto da Dayane estes dias e ficou chamando pela mãe, é uma situação de muito sofrimento, os pais da Dayane resolveram não vir ao protesto, pois ainda estão em choque”.

A colega de trabalho, de 26 anos, que não quis se identificar, afirmou que no início Dayane chegou a frequentar duas festas do serviço, porém depois deixou de participar, e com o tempo os colegas começaram a notar as agressões.

“No início ela negava (agressões), mas da última vez que aconteceu ela admitiu, o que podemos perceber é que os inocentes ficam presos e os bandidos estão soltos”.

A colega também acredita que só com uma lei penal mais severa, o número de casos como este pode diminuir e a mulher ter uma proteção maior na sociedade.

Caso - Dayane foi morta com três tiros, no dia 4 de janeiro, no cruzamento da Avenida Manoel da Costa Lima, próximo à Escola Adair Oliveira, em Campo Grande. Julio estava de moto e parou ao lado do carro de Dayane e disparou três tiros.

O ex-marido disse a polícia que matou Dayane por “amar demais”. O casal viveu junto por dois anos, teve uma filha e estava separado há três meses.

Júlio Cesar também entregou um revólver calibre 38, com três munições intactas, usado para atirar contra Dayane. Segundo a delegada Rosely Molina, ele disse em depoimento ter comprado à arma para se defender, porque o pai da ex-mulher o teria ameaçado.

Ele alegou para a delegada que, no dia do crime seguia o carro de Dayane “só para conversar com ela”, mas na hora em que pararam no semáforo.

“Ela fez um movimento brusco e falou que ia acabar com a minha vida”, relatou Júlio Cesar. “Matei porque amava ela demais. Mas se e eu pudesse trazer ela volta, traria”, acrescenta.

Manifestantes irão se descolar até a Delegacia da Mulher para realizar protesto (Foto: Marcos Ermínio)
Manifestantes irão se descolar até a Delegacia da Mulher para realizar protesto (Foto: Marcos Ermínio)
Amigos e familiares exigem que o acusado continue preso e não responda em liberdade (Foto: Marcos Ermínio)
Amigos e familiares exigem que o acusado continue preso e não responda em liberdade (Foto: Marcos Ermínio)
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