ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
MARÇO, SEXTA  29    CAMPO GRANDE 27º

Capital

Em protesto por casa própria, moradores fecham rua na Capital

Renan Nucci e Francisco Júnior | 20/11/2014 11:17
Moradores utilizaram móveis usados e galhos para bloquear Rua Catiguá durante protesto. (Foto: Marcelo Calazans)
Moradores utilizaram móveis usados e galhos para bloquear Rua Catiguá durante protesto. (Foto: Marcelo Calazans)
Durante protesto na manhã desta quinta-feira, na Rua Catiguá, moradores cobraram moradia digna. (Foto: Marcelo Calazans)
Durante protesto na manhã desta quinta-feira, na Rua Catiguá, moradores cobraram moradia digna. (Foto: Marcelo Calazans)

Aproximadamente 30 pessoas que residem em uma favela instalada ao lado do córrego Bálsamo, na entrada do Conjunto Residencial Mário Covas, fecharam a Rua Catiguá na manhã desta quinta-feira (20), em protesto por melhorias nas condições de habitação. O grupo reclama que algumas famílias foram beneficiadas por programas de assistência da prefeitura e receberam casas novas em um residencial na região das Moreninhas, enquanto que as demais “vão ficar para trás”.

Munidos de cartazes e entoando gritos de “Queremos casa!”, eles utilizaram galhos, pneus e móveis velhos para fechar a Rua Catiguá, no cruzamento com as ruas Paca e Betóia. Equipes do 10° Batalhão e da Força Tática da Polícia Militar estiveram no local, mas não foi preciso intervenção, pois o manifesto foi pacífico. O trânsito no local já foi liberado.

Segundo a auxiliar de cozinha Lidiane Figueiredo da Silva, 20 anos, mãe de três filhos, a situação da favela que já era ruim, “ficou ainda pior depois da chuva de ontem (19)”. Ela afirma que todos os moradores precisam com urgência de uma moradia digna. “O protesto foi a maneira que a gente encontrou para chamar atenção das autoridades para o nosso problema”, explicou.

Esperando gêmeos e mãe de uma menina de dois anos, Jennifer Rodrigues, 21 anos, mora em um barraco com o marido. A residência foi destelhada e a única ajuda que recebeu foi uma lona doada pela Defesa Civil. A gestante afirma que a filha de dois anos mora com a avó porque onde eles estão não é o local mais adequado. Um reservatório de esgoto que fica ao lado sempre transborda quando chove, espalhando dejetos pelas proximidades. “Por quê umas famílias foram contempladas e outras não?”, questionou.

O caso mais grave é de Josimeire Fortunata de Paula, de 31 anos. Ela tem seis filhos, sendo um bebê de dois meses, meninos de quatro, oito, 11 e 13 anos, e um adolescente deficiente de 16 anos. A mulher comenta que não tem condições de trabalhar e que sobrevive com um benefício destinado ao filho deficiente.

“Preciso de uma casinha para criar melhor minhas crianças”, relatou. Ela ainda afirma que já fez cadastro na Emha (Agência Municipal de Habitação de Campo Grande), mas que não foi contemplada. “Todos teriam que receber o mesmo tratamento. Não podem tirar uns e deixar outros”, reclamou.

Nos siga no Google Notícias