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Capital

Empresa é acionada pelo MPT e representantes prometem solução

Viviane Oliveira | 20/03/2013 18:33
Procurador do trabalho disse que se a situação não for resolvida até sexta, vai entrar com uma ação na justiça. (Foto: Marcos Hermínio)
Procurador do trabalho disse que se a situação não for resolvida até sexta, vai entrar com uma ação na justiça. (Foto: Marcos Hermínio)

A empresa Brookfield Incorporações foi acionada pelo MPT (Ministério Público do Trabalho) para esclarecer a situação encontrada ontem em um residencial do programa Minha Casa, Minha Vida, onde 16 trabalhadores foram flagrados vivendo em condições degradantes no Portal Caiobá, em Campo Grande.

De acordo com o procurador do trabalho, Leontino Ferreira de Lima Júnior, hoje foi realizada uma audiência com três representantes da empresa para passar o que os peritos do trabalho encontraram no local. A próxima audiência foi marcada para sexta-feira às 13h30.

“A nossa expectativa para a próxima audiência é que a empresa decida se vai resolver administrativamente ou vai esperar o MPT entrar com uma ação na justiça”, disse o procurador.

Um gerente de obra, um advogado e um técnico de segurança do trabalho, que compareceram a audiência de hoje, disseram que não tem poder de decisão, mas se comprometeram a fornecer comida para o grupo até o setor jurídico da empresa, que tem sede em Goiânia (GO), ser informado sobre o caso.

Procurados pela equipe do Campo Grande News nenhum dos três quiseram comentar sobre o assunto. 

O caso – Os dezesseis trabalhadores estão sem receber salários e vivem em condições degradantes. Eles foram contratados pela empresa terceirizada JN, em Goiânia, mas vieram de diferentes estados, como Pará, Maranhão, Tocantins e Goiás, com expectativa de ganhar em torno de R$ 2,5 mil mensais. A situação foi flagrada pelo MPT (Ministério Público do Trabalho), ontem, após denúncias.

Trabalhadores mostrar para os peritos do trabalho lugar onde estão vivendo. (Foto: divulgação)
Trabalhadores mostrar para os peritos do trabalho lugar onde estão vivendo. (Foto: divulgação)

Após dois meses de trabalho em Campo Grande, a empresa JN parou de pagar alegando que não estava recebendo da Brooskfield Incorporações, dona do Residêncial Celina Martins Jallad, que é construído com recursos públicos.

Os trabalhadores estão alojados em duas casas próximas à obra do Portal Caiobá. No alojamento onde estão 10 trabalhadores, não há camas em quantidade suficiente, há pessoas dormindo em redes, os colchões disponíveis são inadequados, não foram fornecidas roupas de cama e não há condições de higiene. Para tomar banho, eles utilizam um cano no quintal da residência, em local aberto, porque o banheiro não tem condições de uso.

Os empregados relataram, ainda, que quando chove, entra água no local e que foram informados que, por falta de pagamento, o fornecimento da alimentação seria interrompido. Eles foram dispensados pela empreiteira JN, mas estão sem receber salários e sem condições de sair dos alojamentos.

A obra é financiada pelo governo federal e estadual, como parte do programa Minha Casa Minha Vida. Segundo o procurador do trabalho Leontino, que vistoriou os alojamentos, as duas empresas, tanto o empregador direto quando a dona do empreendimento, serão responsabilizadas.

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