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Capital

Empresa é denunciada por contaminar o Córrego Bálsamo

Lidiane Kober | 18/11/2013 18:11
Pelo canal, segundo vizinhos, todo dia passa uma cor diferente de água supostamente contaminada (Foto: Divulgação)
Pelo canal, segundo vizinhos, todo dia passa uma cor diferente de água supostamente contaminada (Foto: Divulgação)

A Semalo Fábrica de Sabores, localizada no Jardim Itamaracá, em Campo Grande, é acusada de despejar produtos químicos e contaminar o Córrego Bálsamo, nas proximidades da nascente. Nem sequer uma laje de proteção para separar os canos subterrâneos da terra foi feito e os resíduos ficam em contato direto com a terra em região ambiental no Bairro Rita Vieira 3.

De acordo com Carlos Alberto, 44 anos, mestre de obras de uma fábrica de produtos cirúrgicos, que está sendo construída nas proximidades do córrego, “cada dia é uma cor diferente que desce para o rio”. “Tem dias que a água fica vermelha, cinza e cheia de borbulhas. É um material gorduroso, a gente não sabe direito do que se trata”, contou.

A preocupação, segundo ele, é com o meio ambiente. “A nascente começa a cerca de um quilômetro antes do local de despejo, então, toda a extensão do córrego fica prejudicada”, frisou. Para piorar, os resíduos estão em contato direto com o solo. A descoberta aconteceu, nesta segunda-feira (18), após um acidente na obra.

“A nossa retroescavadeira foi fazer uma manobra e um buraco de cerca de cinco metros se abriu”, contou o mestre de obras. “Entre os canos que escoam os resíduos químicos foram colocados apenas uns galhos, troncos e terra”, completou, depois de ficar visível o canal. Na opinião dele, pelo local deveria apenas passar água das chuvas.

Após o acidente, conforme ele, uma funcionária da Semalo foi até a obra para analisar a situação. “Eles não explicaram direito o que está acontecendo, cogitaram apenas que um cano poderia estar furado e dando vazão aos resíduos químicos”, explicou. Procurada pelo Campo Grande News, a empresa não retornou as ligações e nem atendeu a equipe na sede da Semalo.

De acordo com o assessor de comunicação da PMA (Polícia Militar Ambiental), Major Queiroz, cabe e Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) fiscalizar a região. Segundo ele, se comprovados danos à flora e aos peixes, a penalização por crime de poluição inclui multa, que varia de R$ 5 mil a R$ 50 milhões, reclusão de um a quatro anos e Ação Civil Pública para recuperar os danos.

Retroescavadeira abriu buraco de quase cinco metros e tornou visível canal
Retroescavadeira abriu buraco de quase cinco metros e tornou visível canal
Carlos Alberto disse que suposta contaminação ocorre perto da nascente do córrego (Foto: Marcos Ermínio)
Carlos Alberto disse que suposta contaminação ocorre perto da nascente do córrego (Foto: Marcos Ermínio)
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