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Capital

Empresa nega contaminação e acusa prefeitura de desviar canalização

Lidiane Kober | 19/11/2013 14:51
Semalo afirmou que investe desde a década de 90 em sistema de tratamento de efluentes para atingir nível de excelência (Foto: Divulgação)
Semalo afirmou que investe desde a década de 90 em sistema de tratamento de efluentes para atingir nível de excelência (Foto: Divulgação)

Acusada de contaminar o Córrego Bálsamo, a Semalo Fábrica de Sabores negou, nesta terça-feira (19), por meio de nota, despejar produtos químicos nas águas e acusou a Prefeitura de Campo Grande de usar, sem autorização, rede de captação particular para a canalização urbana.

“A indústria não utiliza, em nenhuma etapa da sua linha de produção, qualquer produto químico e mantém um eficiente sistema de tratamento do seu efluente com o objetivo de tratar de maneira ecologicamente correta os seus resíduos sólidos e líquidos”, informou, por meio da nota.

De acordo com a empresa, “todo o efluente passa pelo sistema de tratamento separando o resíduo sólido para compostagem orgânica, transformando em adubo orgânico”. A água, ainda de acordo com a Semalo, “passa por dois filtros prensas, por três lagoas de estabilização e, por último, o efluente recebe o polimento através da filtração de um banhado artificial vegetado com capim napiê. A partir do polimento, o efluente é distribuído para as áreas de gramados, jardinagem e plantação de capim”.

Para montar o sistema, a empresa iniciou estudos, na década de 90, período da fundação e, em 2004, contratou o biólogo, mestre em Saneamento Ambiental e Recursos Hídricos, José Luiz Gonçalves. “Atingimos um nível de excelência no tratamento de efluentes”, garantiu a empresa na nota.

Mas, por conta das últimas chuvas, “uma das caixas de coleta do sistema acabou transbordando e desviou parte da água usada para a lavagem das batatas para a rede de captação pluvial”. “O que vazou do sistema de tratamento não foi nenhum produto químico e sim a água utilizada para lavar as batatas”, acrescentou a Semalo.

O incidente, segundo a empresa, “poderia não ter ocorrido, caso a prefeitura, ao construir uma rua lateral no ano passado, não tivesse desviado, sem o conhecimento da indústria, a sua rede de captação própria para a canalização urbana”. “E a indústria só descobriu isso agora”, finalizou a Semalo.

Conforme denúncia de Carlos Alberto, 44 anos, mestre de obras de uma fábrica de produtos cirúrgicos, que está sendo construída nas proximidades do córrego, “cada dia é uma cor diferente que desce para o rio”. “Tem dias que a água fica vermelha, cinza e cheia de borbulhas. É um material gorduroso, a gente não sabe direito do que se trata”, contou.

A preocupação, segundo ele, é com o meio ambiente. “A nascente começa a cerca de um quilômetro antes do local de despejo, então, toda a extensão do córrego fica prejudicada”, frisou. Para piorar, os resíduos estão em contato direto com o solo. A descoberta aconteceu, na segunda-feira (18), após um acidente na obra.

“A nossa retroescavadeira foi fazer uma manobra e um buraco de cerca de cinco metros se abriu”, contou o mestre de obras. “Entre os canos que escoam os resíduos químicos foram colocados apenas galhos, troncos e terra”, completou, depois de ficar visível o canal. Na opinião dele, pelo local deveria apenas passar água das chuvas.

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